Uma série de denúncias e uma investigação de pelo menos um mês levaram a Polícia Civil, com apoio do Corpo de Bombeiros, a encontrar um cemitério clandestino na cidade de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.
Três corpos de homens foram encontrados na tarde da última sexta-feira (27), enterrados nos fundos de uma empresa, localizada na rua Itaprata, 338. Ao R7, o delegado Eduardo Boigues, da Delegacia de Homicídios, responsável pelas investigações, afirmou que a colocação dos corpos no local foi recente.
— Os corpos estavam em decomposição, mas o estado não era avançado, o que indica que as mortes não ocorreram há tanto tempo.
As investigações se iniciaram quando o 1º Distrito de Ferraz de Vasconcelos, onde foi registrado o caso, recebeu denúncias de moradores de que estava havendo a ação de "tribunais do crime", nos quais as facções criminosas julgam seus próprios membros acusados de "desvios de conduta".
Em 30 dias, ele chegaram ao local, conforme ressalta Boigues. O delegado disse que buscas serão retomadas na próxima segunda-feira (30), já que existe a suspeita de haver mais corpos no local. Os três encontrados foram enviados para identificação no Instituto Médico Legal.
— Trata-se de um lugar muito vasto e ermo, consideramos que existem chances de haver mais corpos enterrados por lá.
Boigues explicou que esse tipo de ocorrência é muito difícil de ser rastreada antecipadamente.
— São criminosos julgando criminosos, em um ambiente muito fechado, só deles. Não há como se antecipar. É algo que faz parte do regime interno deles, a respeito de violações do código de conduta elaborado por essas facções. Há todo um sistema que eles organizam e que só eles têm acesso.
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Para Boigues, a maneira mais eficiente de evitar essas atividades é o combate às facções como um todo.
— A nossa tentativa tem sido, e continuará sendo, combater o crime e esses grupos de uma maneira geral. Essas coisas pontuais são difíceis de serem alcançadas.