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CGM vê fraude em licitação para a Secretaria de Direitos Humanos de SP

A suspeita é que um mesmo grupo empresarial tenha se inscrito com diferentes nomes

São Paulo|

Chefiada por Eduardo Suplicy, Secretaria Municipal de Direitos humanos teve licitação cancelada por suposta fraude
Chefiada por Eduardo Suplicy, Secretaria Municipal de Direitos humanos teve licitação cancelada por suposta fraude Chefiada por Eduardo Suplicy, Secretaria Municipal de Direitos humanos teve licitação cancelada por suposta fraude

A CGM (Controladoria-Geral do Município) encontrou indícios de fraude em um contrato de R$ 4,3 milhões da Secretaria Municipal de Direitos Humanos, chefiada por Eduardo Matarazzo Suplicy. A suspeita é que um mesmo grupo empresarial tenha se inscrito com diferentes nomes para simular uma concorrência. Uma sindicância apura a participação de servidores municipais no esquema. A licitação foi cancelada.

O contrato era para a prestação de serviços de gráfica para a secretaria e só foi firmado após duas tentativas de licitação.

Segundo a CGM, as empresas Graftec Gráfica e Editora, RGB Mídia e Editora, e Rede Seg Gráfica e Editora se apresentaram como grupos diferentes para participar da licitação, que foi feita por pregão presencial. Mas elas têm como sócios Nanci Aparecida Zanardo, Rodrigo Zanardo e Rogério Zanardo, empresários que são parentes.

"Basta uma análise superficial para constar que os envelopes apresentados pela RGB e Rede Seg contam com formatação de fonte idêntica", destaca o relatório preliminar da CGM, ao analisar a primeira licitação.

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O fato, entretanto, não foi levado em conta pelos técnicos da secretaria, que seguiram com o processo até ter de cancelá-lo em maio em razão de inconsistência nos balanços apresentados pelas empresas. Os documentos eram necessários para que as empresas se habilitassem a participar da disputa. O processo foi remarcado e ocorreu no fim de junho.

Para sanar os problemas da primeira licitação, uma das empresas, a Graftec, "apresentou um balanço totalmente diferente, com valores consideravelmente distintos e supressão de informações" em relação à primeira licitação, aponta o relatório. A empresa sagrou-se vencedora da disputa, com uma proposta de R$ 4,3 milhões.

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Reportagem da Folha de S. Paulo, publicada em agosto, entretanto, apontou que a empresa - que também prestou serviços para a campanha da presidente Dilma Rousseff - tinha na relação de sócios um motorista. A partir disso, a CGM suspendeu a execução do contrato e passou a apurar a contratação da empresa pela secretaria.

Servidores

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O relatório preliminar da CGM aponta ações de servidores da secretaria que facilitaram a ação da família Zanardo. Para realizar a licitação, a pesquisa de mercado feita pela servidora Mayra Ingrid da Silva resultou em um preço de R$ 4,9 milhões para o certame. A secretaria reuniu R$ 2 milhões juntando "várias dotações orçamentárias", diz a CGM.

O edital também exigiu empresas apenas da Grande São Paulo na disputa, "limitando a participação" de outras empresas na licitação.

"Houve a elaboração de minutas do edital e do contrato, merecendo a atenção a incomum menção do servidor incumbido do acompanhamento e da fiscalização da execução do serviço no instrumento contratual. Foi expressamente indicado Eduardo Cardoso".

Mayra e Cardoso, servidores da Secretaria de Direitos Humanos, não foram localizados ontem. O relatório da controladoria destaca que a abertura da licitação, foi autorizada pelo secretário Suplicy, "que também aprovou a minuta do edital".

As empresas envolvidas no esquema podem ser declaradas inidôneas, impedidas de fazer negócios com poder público, e os envolvidos podem ser denunciados criminalmente.

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