Uma inspeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em fevereiro deste ano no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III), no Complexo Prisional de Santa Izabel, na região metropolitana de Belém (PA), onde uma tentativa de resgate de presos deixou ao menos 21 mortos na tarde desta terça-feira (10), recomendava a "construção urgente de muralha para isolamento" para "evitar a facilidade do resgate realizado com apoio externo".
O relátorio do CNJ diz ainda que as condições do presídio são péssimas, e aponta que na ocasião da avaliação feita pelo juiz, foram encontradas armas, aparelhos celulares e "situação absolutamente alarmante, insustentável e recorrente" para o risco de fugas na unidade prisional.
O documento pede ainda que o Governo do Estado do Pará providenciasse "uma solução para a profunda superlotação" apontando inclusive que havia "ameaças dos detentos em não permitir a entrada de mais nenhum interno".
Segundo o banco de dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em fevereiro deste ano havia 660 presos no presídio, sendo que a capacidade máxima do local é para 432 detentos.
O R7 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, com questionamentos sobre as recomendações do relátorio do CNJ, mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno.
TENTATIVA DE RESGATE
Na tarde desta terça-feira (10) uma tentativa de resgate de presos na tardeno Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III), no Complexo Prisional de Santa Izabel, na região metropolitana de Belém (PA), resultou na morte de ao menos 21 pessoas.
A maioria dos mortos era de presos e integrantes do grupo que tentou fazer o resgate—um deles era um agente penitenciário. Ao menos 4 outros agentes também ficaram feridos, um deles em estado grave.