Escolas voltam a recomendar o uso de máscara após aumento do número de casos
Edu Garcia/R7 - 23.08.2022A nova alta no número de infecções pela Covid-19 em São Paulo nas últimas semanas tem feito com que colégios particulares recomendem o uso de máscara em ambientes fechados. Nas escolas municipais e estaduais, não há novas orientações, ou seja, permanecem os protocolos sanitários estabelecidos anteriormente.
Na zona sul paulistana, o Colégio Santa Cruz encaminhou na quarta-feira (16) um comunicado a pais e educadores, no qual recomenda o uso de máscara em ambientes fechados da escola (salas de aula, laboratórios, anfiteatro, escritórios e salas de reunião).
Conforme a instituição — que voltou a computar casos confirmados de Covid-19 —, entre 4 e 10 de novembro, 20 alunos e 22 educadores tiveram diagnóstico positivo da doença.
A circular enviada às famílias orienta os alunos com sintomas de doenças respiratórias a buscar auxílio médico. Em caso de teste positivo, a recomendação é não frequentar as aulas por sete dias contados a partir da data do exame ou do primeiro sintoma. Mas, após o quinto dia, caso o aluno não apresente mais sintomas e receba resultado negativo em novo teste PCR, poderá ir à escola, com uso obrigatório de máscara nos dois dias seguintes.
Já o Colégio Augusto Laranja, na zona sul, também enviou um informe às famílias dos alunos e aos funcionários nesta quinta-feira (17) para recomendar novamente a máscara em ambientes fechados.
Desde o dia 7 de novembro, já são 16 casos confirmados entre alunos e educadores na rede de ensino particular.
"O Colégio Augusto Laranja que, desde o início da pandemia, orientou-se por órgãos e consultorias especializadas para tomar decisões de forma segura e em linha com a ciência, volta a recomendar o uso de máscara em ambientes fechados, por conta do aumento de casos de Covid-19 nas últimas semanas", diz o comunicado.
Na quarta-feira, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que a nova vacina, que protege contra as mais recentes variantes de coronavírus, ainda não tem data para ser liberada no Brasil.
Também na zona sul da cidade, o Centro Educacional Pioneiro já sugeriu a volta das máscaras por parte dos colaboradores e alunos da rede de ensino.
O Colégio Equipe, que fica na região central, também afirma que voltou a recomendar fortemente o uso de máscara facial. "Funcionários e professores já estão usando. Voltamos a recomendar também para os alunos", disse Luciana Fevorini, diretora da escola.
Em virtude do aumento de casos de Covid-19, a Escola Tarsila do Amaral, na zona norte, entende ser necessária a retomada do uso de máscaras. A recomendação foi feita nesta quinta-feira aos pais dos alunos e também aos educadores.
"Sabemos que não é agradável, mas temos que nos proteger, proteger as crianças e a nossa família. Faltam pouquíssimos dias letivos e a ideia é que passemos por essa 'nova onda' da Covid-19 sem intercorrências", informou a rede de ensino.
Já o Colégio Etapa informa que está atento às orientações das autoridades de saúde locais sobre os procedimentos recomendados para o controle de contágio do novo coronavírus. "Qualquer atualização sobre o uso de máscara será devidamente adotada pela instituição."
Outras escolas afirmaram à reportagem que estão analisando internamente o número de casos para verificar se voltam a recomendar o uso de máscaras.
"Vamos conversar com o nosso infectologista, mas provavelmente voltaremos a recomendar o uso de máscaras", disse Ana Cristina Dunker, diretora da Escola Carandá Educação, localizada na zona sul.
Em nota, o Hospital Sírio-Libanês, que assessora ao menos dez colégios na capital paulista desde o início do enfrentamento da Covid-19, declarou ter sugerido o uso de máscaras em ambientes fechados. "Pedimos atenção ao afastamento de sintomáticos", disse em nota. A entidade acrescenta ainda que segue as orientações governamentais.
Entre 30 de outubro e 5 de novembro, foram notificados 9.805 casos da doençana cidade de São Paulo. Já entre 6 e 12 de novembro, foram registrados 11.913 casos, um aumento de quase 20% em relação à semana anterior.
Nesta quinta-feira, a taxa de ocupação de UTI Covid-19 do município está em 67%, e a de enfermaria voltada para a doença, em 62%.
A Secretaria Municipal da Saúde esclarece que continua a monitorar diariamente o cenário epidemiológico de Covid-19 na capital paulista, por meio de notificações de casos, internações e óbitos.
A SMS (Secretaria Municipal da Saúde) afirma ainda que mantém e segue critérios e protocolos médicos-científicos firmados pelo Comitê Científico do Estado de São Paulo e pelo Ministério da Saúde desde o início da pandemia.
"A utilização de máscaras de proteção permanece obrigatória nos locais destinados à prestação de serviços de saúde, como UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e hospitais. O uso segue recomendado em locais fechados, com aglomeração e em transportes públicos, para todas as pessoas", disse a SMS em nota.
A SME (Secretaria Municipal de Educação) segue os protocolos sanitários definidos pela Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), da Secretaria Municipal da Saúde.
"As áreas da Saúde e Educação fazem um trabalho conjunto visando o controle da transmissão de vírus na comunidade escolar. A SMS monitora as unidades escolares e dá suporte técnico para investigação de casos junto às UBS e UVIS (Unidades de Vigilância em Saúde)", acrescenta a pasta.
Por sua vez, em razão do aumento no número de casos de Covid-19, a Seduc-SP (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) afirma que recomenda a utilização de máscara em situações de maior risco de transmissão do vírus, como ambientes fechados, transporte público e locais com grande concentração de pessoas.
"Todas as escolas da rede seguem os protocolos sanitários, como higienização constante das mãos, higienização e ventilação dos ambientes, identificação e afastamento dos casos e monitoramento de seus contactantes. Se houver caso de estudante ou professor suspeito (dois ou mais sintomas) ou confirmado para Covid-19, este deve permanecer em isolamento por 5 dias, conforme orientação médica", disse a Seduc-SP em nota.
Orienta-se também às unidades escolares que, na ocorrência de casos, estes sejam notificados à Vigilância Sanitária do município.
Copyright © Estadão. Todos os direitos reservados.