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Covid-19: vacinação se distribui de forma desigual em bairros de SP

Bairros dos extremos sul e leste da capital paulista tiveram porcentagens baixas de vacinação em relação a regiões centrais

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

Diferença de proporção é ainda mais significativa se comparada a locais centrais
Diferença de proporção é ainda mais significativa se comparada a locais centrais Diferença de proporção é ainda mais significativa se comparada a locais centrais (Divulgação / Governo do Estado de SP - 02.04.2020)

A vacinação contra a covid-19 na cidade de São Paulo não está avançando de maneira igualitária a depender dos bairros em questão, segundo apontou estudo do LabCidade (Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade), da USP (Universidade de São Paulo), divulgado nesta quarta-feira (21). Distritos de periferia têm índices substancialmente mais baixos que os de regiões centrais ou abastadas do município.

O mapeamento foi realizado até 12 de julho, portanto considera toda a população acima dos 40 anos, que já poderia se imunizar nesta data.

Bairros dos extremos sul e leste da capital paulista, como Marsilac, Parelheiros, Capão Redondo, Grajaú, Cidade Tiradentes e Jardim Helena tiveram porcentagens baixas de vacinação – em geral, abaixo de 40% da população com mais de 40 anos vacinada.

A diferença de proporção nestas regiões é ainda mais significativa se comparada a locais como Sé, Pinheiros, Butantã, Vila Nova Conceição e Barra Funda, mapeados entre os mais altos percentuais, com imunização acima de 60% população na mesma faixa etária.

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Entre as possíveis razões para os percentuais acentuados, os pesquisadores apontam a impossibilidade de trabalhadores serem liberados de suas funções, a desinformação e a dificuldade em comprovar residência e de acessar os postos. Todas elas, ressaltam, devem ser enfrentadas a partir de políticas territorializadas pelo poder público municipal.

"Este mapeamento reforça a necessidade de uma política territorializada no combate à pandemia e seus efeitos. Não basta ampliar a faixa de idade sem que haja uma política pública territorialmente definida para garantir que a população que reside nos territórios mais expostos ao coronavírus seja imunizada", pontuam.

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Cidades na Grande SP têm realidade similar

O mapeamento aponta que o problema de desigualdade territorial na vacinação contra a covid-19 se repete em outras cidades da Grande São Paulo, como Mauá e Santo André, onde áreas centrais estão avançadas e as periféricas ficam atrasadas neste aspecto.

Por outro lado, ainda de acordo com o estudo, Osasco e Diadema apresentam uma distribuição mais igualitária dos imunizantes entre suas regiões na faixa etária avaliada.

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Para além do problema posto em evidência pela pesquisa, o LabCidade relembra ainda que algumas cidades da região metropolitana possuem um CEP único, o que atrapalha a possibilidade de se detalhar quais bairros têm mais ou menos moradores vacinados.

Confira o mapa do LabCidade:

Vacinação por bairro para pessoas acima dos 40 anos em SP
Vacinação por bairro para pessoas acima dos 40 anos em SP Vacinação por bairro para pessoas acima dos 40 anos em SP (Divulgação/LabCidade)

Mapa anterior mostrou que bairros com mais mortes vacinaram menos

Um estudo anterior do LabCidade, publicado em maio, apontou que a opção de se vacinar a população mais velha primeiro, considerada como necessária, mas sem adequar às realidades específicas de cada região, resultou em um percentual desproporcional na região sudoeste da cidade, composta por uma população branca e com maior renda, em relação a bairros que foram proporcionalmente mais afetados pelo vírus.

As regiões com mais hospitalizações e mortes foram menos imunizadas, enquanto as menos atingidas tiveram porcentagens superiores de distribuição das vacinas, indicou o levantamento.

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