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Déficit do Sistema Cantareira cresce 41% em janeiro

Balanço mostra que todas as ações adotadas pela Sabesp têm sido insuficientes

São Paulo|

Sistema Cantareira opera com 5% de sua capacidade
Sistema Cantareira opera com 5% de sua capacidade Sistema Cantareira opera com 5% de sua capacidade

Mesmo com a ampliação severa da redução da pressão da água na rede e com o início da cobrança de multa para quem aumentar o consumo, o déficit do Sistema Cantareira cresceu 41% em janeiro, em relação ao mês anterior. A diferença entre o volume de água que entrou no manancial e o que saiu para abastecer 12 milhões de pessoas na Grande São Paulo e na região de Campinas ficou negativa em 21,7 bilhões de litros, fazendo o sistema perder 2,2% da capacidade em pleno período em que deveria subir. Em dezembro de 2014, o saldo foi de menos 15,4 bilhões de litros.

O balanço mostra que todas as ações adotadas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para tentar evitar o colapso do maior sistema de abastecimento de água paulista têm sido insuficientes até agora. As medidas mais recentes foram a sobretaxa de até 100% na tarifa de água para quem consumir mais agora do que antes da crise, em vigor desde o dia 8, e a ampliação da redução da pressão na rede, que tem começado às 13h na maioria dos bairros da capital e deixado famílias sem água por mais de 18 horas ao dia.

Apesar dos esforços para reduzir a retirada de água do Cantareira em 7%, de 19,9 para 18,5 mil litros por segundo entre dezembro e janeiro — há um ano, a saída era de 33 mil litros por segundo —, a vazão afluente (volume que entra) nos reservatórios caiu 34% em relação ao mês anterior, atingindo apenas 8,4 mil litros por segundo.

Esponja

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Com essa média, o manancial registrou o janeiro mais seco em 85 anos de medições, batendo janeiro de 2014, quando a crise do Cantareira foi declarada pela Sabesp. O que preocupa especialistas e autoridades é o fato de que neste primeiro mês do ano choveu 68% a mais nos reservatórios do que no início do ano passado, 147,8 e 87,8 milímetros, respectivamente. Mas o volume de água que efetivamente entrou no sistema agora foi 41% menor, como explica o engenheiro e especialista em hidrologia José Roberto Kachel.

— Esse é o efeito esponja sobre o qual tanto falamos. Quanto mais seco o solo estiver, mais água ele absorve. É preciso chover muito acima da média para recarregar o lençol freático antes, para depois aumentar o nível das represas.

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Diante deste cenário, a Sabesp não descarta implementar um rodízio no abastecimento de água da Grande São Paulo, caso a seca nos mananciais continue crítica em fevereiro. A medida não é adotada oficialmente desde 2000, quando houve um racionamento de três meses na região do Sistema Guarapiranga.

Conforme o Estado apurou, a saída mais provável estudada pela Sabesp é um rodízio de quatro dias sem água e dois dias com, o esquema mais drástico desde a construção do Sistema Cantareira, em 1974. De acordo com fontes ligadas à empresa, só esse racionamento resultaria em uma economia de água maior do que a já obtida hoje com a redução da pressão. Oficialmente, a Sabesp e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmam que nenhuma decisão foi tomada a respeito.

Para Adriana Cuartas, hidróloga e pesquisadora do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), do governo federal, o rodízio no abastecimento de água em São Paulo deveria ter sido adotado no início da crise.

— Se ele tivesse sido iniciado há um ano, quando os reservatórios já estavam em situação crítica, seria menos drástico. Agora, certamente será pior.

Conforme o Estado revelou em agosto, a Sabesp fez um plano de rodízio para o Cantareira em janeiro de 2014 de dois dias com água e um dia sem, que resultaria em uma economia de 4,2 mil litros por segundo, ou 120 bilhões de litros no ano passado. A medida, porém, foi vetada pelo governo, que achou o plano "inadequado".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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