No dia 13 de agosto, 18 pessoas foram mortas em Osasco e Barueri
Edison Temoteo/Futura Press/Estadão ConteúdoAo menos 10 das 14 chacinas ocorridas na capital e Grande São Paulo neste ano foram precedidas por mortes de policiais militares ou tiveram policiais incluídos entre os suspeitos, aponta levantamento feito pelo R7. Uma delas aconteceu em Itapevi, uma hora antes do início da matança em Osasco e Barueri. O caso não foi mencionado durante as entrevistas coletivas concedidas pelo secretário da Segurança, Alexandre de Moraes, sobre os ataques.
A sequência de ataques em Osasco, Barueri e Itapevi teve início após a morte do cabo Avenilson Pereira de Oliveira. O policial foi assassinado no último dia 7, por volta do meio-dia, durante uma tentativa de assalto a um posto de gasolina em Osasco.
O R7 apurou que cerca de 12 horas depois da morte do PM houve uma chacina em Itapevi (cidade próxima a Osasco): Aldiberto Araújo dos Santos, Lucas Roberto de Souza, Rodrigo Máximo de Souza foram encontrados mortos à 0h30 do dia 8 na rua Pedro Paulino, com marcas de tiros na cabeça, braços e pernas.
As vítimas estavam sentadas na calçada quando desconhecidos em um veículo passaram atirando.
Na mesma madrugada, outras cinco pessoas foram mortas em Osasco. A primeira execução aconteceu uma hora após as mortes de Itapevi, por volta da 1h30, na rua Jacinto José de Souza. No dia seguinte, houve mais uma morte na cidade.
Cinco dias depois, em 13 de agosto, mais uma chacina: oito pessoas foram executadas em um bar da rua Antônio Benedito Ferreira, em Osasco. E outras dez pessoas foram assassinadas em pontos diferentes de Osasco e Barueri. Os criminosos usaram um Peugeot e um Renault Sandero e uma moto.
A Corregedoria da PM e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa investigam a participação de policiais militares nos ataques. Na segunda-feira (24), um PM da Rota foi detido sob a suspeita de atuar no massacre.
Além das duas chacinas e outras mortes de Osasco, Barueri e Itapevi, o R7 identificou os seguintes casos:
Mogi das Cruzes (Grande SP)
24 de JANEIRO: Três pessoas são assassinadas no bairro Caputera. Cristian Silveira Filho, Ivan Marcos dos Santos Souza, Lucas Tomas de Abreu morrem na rua Waldir Carrião Soares. No mesmo dia, ocorrem outras duas mortes na cidade. Em julho, um policial militar de Suzano é indiciado pela Polícia Civil sob suspeita de participação na chacina. O nome do acusado não é revelado.
Vila Jacuí (zona leste)
24 DE JANEIRO: O soldado Ataíde dos Santos Júnior é assassinado a tiros quando andava de moto, de folga, na avenida Campanella.
2 DE FEVEREIRO: Gabriel Silva Soares, Edvan Lemos Cordeiro e Mateus Lemos Cordeiro foram assassinados por homens encapuzados quando conversavam em uma praça da rua João Tavares. A pequena Manoela Costa Romagnoli, de apenas dez meses, que estava dentro de casa, também morreu, ao ser atingida por uma bala perdida.
O soldado Fernando Esnilherson Nascimento
ReproduçãoParque Santo Antônio (zona sul)
28 DE FEVEREIRO: Morre o soldado Fernando Esnilherson Nascimento, que estava internado havia mais de uma semana após ser baleado em patrulhamento.
7 DE MARÇO: Cinco pessoas são executadas na rua José Sedenho e outras seis pessoas morreram na região. A reportagem não obteve o nome das vítimas.
O cabo Spencer Willian de Almeida
ReproduçãoJaçanã (zona norte)
22 DE MARÇO: O cabo Spencer William de Almeida é assassinado no bairro quando fechava o portão da casa em que morava.
O soldado Rafael Lisboa Porto
Reprodução24 DE MARÇO: Marcos Nunes Pereira Pinto morre e outras quatro pessoas ficam feridas em um bar da rua Igarapé Primavera.
Tremembé (zona norte)
5 DE ABRIL: O soldado Rafael Lisboa Porto é morto, no Tremembé, por assaltantes que invadiram a casa dele após darem a desculpa de que queriam buscar uma bola que teria caído no quintal.
9 DE ABRIL: Barbara Cristina de Andrade, Elias Menezes dos Santos e José Rodrigo Silva de Lima são executados na rua Arley Gilberto de Araújo. Outra pessoa havia sido morta pouco antes na região.
O cabo Leonílson Figueiredo
ReproduçãoParelheiros (zona sul)
15 DE ABRIL, PELA MANHÃ: O cabo Leonílson Figueiredo Dias é executado em frente à casa onde morava, na Estrada 15.
15 DE ABRIL, À NOITE: Rodrigo da Silva Costa e um desconhecido são mortos na rua Fonte Nova. Ulisses Dias Gomes e outro desconhecido são executados na rua Alice Bastide. Duas pessoas da mesma família morrem na rua Sônia. Os locais dos crimes ficam em um raio de 500 metros.
Vila dos Remédios (zona oeste)
18 DE ABRIL: Oito integrantes da torcida Pavilhão Nove, do Corinthians, são mortos na sede da agremiação. Foram executados André Luiz Santos de Oliveira, Jhonatan Fernando Garzillo, Jonathan Rodrigues do Nascimento, Fabio Neves Domingos, Marco Antônio Corassa Junior, Mateus Fonseca de Oliveira, Mydras Schmidt e Ricardo Junior Leonel do Prado. Em maio, a Polícia Civil identifica o soldado Walter Pereira da Silva Junior como um dos prováveis autores da chacina.
Mogi das Cruzes (Grande SP)
6 DE ABRIL: O soldado Sílvio de Souza, que trabalhava em Suzano, é encontrado morto, com as mãos amarradas, no quilômetro 22 da Rodovia Ayrton Senna, em Guarulhos. No dia 20, um PM reformado é baleado em assalto em Suzano.
26 E 27 DE ABRIL: Ao menos seis pessoas morrem e outras duas ficam feridas durante uma série de ataques em Mogi das Cruzes, cidade vizinha a Suzano. Em um único ataque, na rua Presidente João Goulart, bairro Caputera, três pessoas são assassinadas: José Dias Figueiredo Jr. e dois desconhecidos.
Jardim São Luís (zona sul)
21 de JUNHO: O soldado Elias Dias Brasil é assassinado em Embu das Artes, na Grande São Paulo. Os matadores fogem e abandonam o veículo usado no crime no Parque Fernanda, Capão Redondo, zona sul da Capital.
1º DE JULHO: Seis pessoas são mortas na região. Alerrandro Henrique de Sena, Carlos Alexandre da Cruz Oliveira, Cosme Norberto da Silva, Israel Júlio Nascimento Brito, Marciano de Oliveira e Sidney Alves de Lima são assassinados na rua Maria José de Carvalho, no Jardim São Luis. Os criminosos fogem em um carro.
SECRETARIA DA SEGURANÇA NÃO SE MANIFESTA
O R7 questionou a Secretaria de Estado da Segurança Pública, nesta segunda-feira (24), se os casos mencionados foram esclarecidos e se alguém havia sido preso. A pasta informou que não teria tempo de fazer levantamento até a publicação desta reportagem.