Natasha, Camilla, Leonardo e Consuelita, na última foto da família
Reprodução/FacebookQuase uma semana após perder a mãe, assassinada durante um assalto na Rodovia Fernão Dias, na região de Guarulhos, a estudante de engenharia Camilla Rosário de Freitas, de 23 anos, lamentou a vulnerabilidade das vítimas diante da ação de bandidos. Segundo a jovem, a mãe dela, Consuelita de Freitas, 43 anos, não reagiu ao ser abordada por dois rapazes quando andava de bicicleta com o marido, Leonardo de Freitas, no último domingo (19).
— Meu pai fala que mal deu tempo dela descer da bicicleta. Ela parou, encostou o pé no chão e eles atiraram. Meus pais jamais iam arriscar a vida por causa de bens materiais. A gente sai de casa e pensa: “se alguém vier assaltar, a gente não vai reagir, a gente vai entregar”. Só que eles não se contentam mais em levar só o que a gente tem. Eles querem levar a gente junto, querem levar a nossa vida.
Neste domingo (26), uma pedalada e uma corrida vão ser realizadas em homenagem a Consuelita, que era apaixonada por esportes. Um grupo de pessoas vai se encontrar de bicicleta na praça do Ciclista, na avenida Paulista, por volta das 9h. Depois, elas seguem para a zona leste da cidade, onde outro grupo parte às 11h da estação Carrão do Metrô para a corrida. O ato vai ser encerrado no parque Tiquatira, na Penha, também na zona leste.
Camilla conta que a mãe, que era analista de sistemas, tinha grande devoção à prática de esportes.
— Ela começou com a corrida, que virou a grande paixão dela. Ela fazia muita maratona, chegava a correr quase 30 km. Depois teve um problema no joelho, teve que operar e eles começaram andar de bicicleta também para poupar o joelho dela. Além disso, treinava todos os dias, participava de provas e incentivava a gente a fazer o mesmo. O esporte era a vida deles.
Consuelita e Leonardo viveram juntos por mais de 27 anos e, além de Camilla, tiveram outra filha, Natasha Rosário de Freitas. Desde a morte da ciclista, a família uniu forças para encontrar os assaltantes, que haviam conseguido fugir com as bicicletas após o disparo. A prisão dos suspeitos Leonardo da Silva Souza e Igor Tenório Santos, na última quarta-feira (22), trouxe um pouco de conforto aos três.
— A gente ficou com uma sensação de alívio. Por mais difícil que fosse, demos força para o meu pai fazer o reconhecimento e colaborar o máximo possível com a polícia, porque a gente queria justiça. Agora cabe conseguir que eles fiquem presos. A gente quer que eles paguem e sintam o mesmo que estamos sentindo agora.
Experimente grátis: todos os programas da Record na íntegra no R7 Play