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Episódio foi fator para criação do PCC, diz promotor em júri do massacre do Carandiru

Segundo membro da acusação, episódio está registrado no estatuto da facção criminosa

São Paulo|Julia Carolina, do R7

O promotor Eduardo Olavo Canto Neto afirmou, durante sua réplica no júri do massacre do Carandiru, na noite desta sexta-feira (2) que o episódio foi um dos fatores para a criação do PCC (Primeiro Comando da Capital).

O julgamento dos 25 réus, acusados de participar da morte de 52 presos no terceiro pavimento (2º andar) entrou no último dia nesta sexta-feira.

— Se alguém pensa que o massacre fez bem [para a sociedade] está muito enganado. Está em um dos itens do estatuto do PCC que ele foi criado para evitar fatos como aquele. O PCC não existia.

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Relembre o caso

Em 2 de outubro de 1992, uma discussão entre dois presos deflagrou uma rebelião no Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, zona norte da capital. A Tropa de Choque da Polícia Militar, comandada pelo então coronel Ubiratan Guimarães, foi chamada para conter a revolta. Era o início de um dos episódios mais sangrentos do sistema prisional do País.

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A intervenção policial, que resultou na morte de 111 detentos, segundo balanço oficial, ficou marcada na história como “massacre do Carandiru”.

Ao todo, 286 policiais militares entraram no complexo penitenciário para conter a rebelião, destes, 84 foram acusados de homicídio.

Em abril de 2013, 26 policiais militares foram levados ao banco dos réus pela morte de 15 detentos no segundo pavimento do pavilhão nove no massacre do Carandiru. Após sete dias de julgamento, a maioria foi condenada por homicídio qualificado — com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Naquela ocasião, seis homens e uma mulher formaram o Conselho de Sentença.

Dos 26 policiais, 23 foram condenados a 156 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado. Os réus receberam a pena mínima de 12 anos por cada uma das mortes dos 13 detentos. Os condenados poderão recorrer em liberdade. Outros três PMs foram absolvidos pelo júri, que acatou o pedido feito pela acusação.

Antes deles, Ubiratan Guimarães chegou a ser condenado a 632 anos de prisão, porém, um recurso absolveu o réu e ele não chegou a passar um dia na cadeia. Em setembro de 2006, Guimarães foi encontrado morto com um tiro na barriga em seu apartamento nos Jardins. A ex-namorada dele, a advogada Carla Cepollina, foi a julgamento em novembro do ano passado pelo crime e foi absolvida.

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