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Crochê, bordado e compota: veja hábitos da vovó que voltaram a fazer sucesso

Mulheres resgatam trabalhos manuais e usam tecnologia para desenvolver e vender produtos

São Paulo|Do R7

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Hábitos da vovó como costurar, crochetar, bordar e fazer compota caíram no gosto de mulheres mais jovens. O que antes era sinônimo de "tarefa de mulherzinha" ganhou ares modernos e passou a ajudar a compor o orçamento e, em alguns casos, se tornou profissão ou apenas hobbie. Apesar dos produtos ainda seguirem linhas tradicionais, o destaque fica para a nova roupagem. A compota está menos doce e traz ingredientes exóticos, o crochê tem cores e funcionalidades mais ousadas e os desenhos dos bordados vão além das flores e ganham traços e estampas contemporâneas
Crochê Três amigas com idades entre 29 e 31 anos indo para uma badalada praia do litoral norte paulista para passar a virada do ano de 2015 não chamariam a atenção se não fosse pelo fato de o trio levar na bagagem rolos e agulhas de crochê
As professoras Cibele Peres Horta, de 31 anos, Renata Silveira Alonso, de 29, e a designer gráfico Ana Carolina Caldas Fernandes, de 30, levaram tão a sério a paixão por crochetar que, em meio ao agito das festas de fim de ano, surgiu a ideia de criar a La Loba Crochet. Assim como no tempo da vovó, as três se reuniam e crochetavam juntas enquanto conversavam e davam palpites nas peças uma das outras. Ana conta que foi a sogra de Cibele, a dona Lucila, que ensinou ao trio o essencial e, bem diferente de como se aprendia no passado, as três desenvolveram o restante do que sabem em tutoriais na internet.  — Hoje, temos uma troca com a nossa mentora. Ela nos ensina alguns truques e segredos que só ela sabe e devolvemos com dicas mais modernas que aprendemos
A venda também se apoia na tecnologia. Os produtos são comercializados pelas redes sociais e pelo e-mail lalobacrochet@gmail.com. Os valores dos produtos de decoração variam entre R$ 28 e R$ 200. Há peças pronto-entrega ou sob encomenda
Bordado Inscrições como “Dói, mas passa” ou “Good vibes, only” (somente boas vibrações, em tradução livre) ou a estampa do cantor Fred Mercury parece uma ilustração típica de quadrinhos modernos vendidos em feirinhas hype, mas na verdade é bordado. A técnica também é uma atividade em plena onda do resgate de tradições, mas com novas nuances e menos apreço com a perfeição e mais foco no contemporâneo
A designer Aura Rosa, de 28 anos, teve seu primeiro contato com o ponto cruz aos dez anos, mas a típica falta de paciência da idade a fizeram tentar o crochê e o tricô. Sem sucesso. Foi então que na época da faculdade Aura decidiu bordar, mas de uma forma mais ousada, quando o assunto é estampas. — Decidi bordar quando percebi que dava para fazer coisas legais usando essas técnicas, mas de uma maneira mais livre, sem a perfeição que as vovós tinham. Uso muito o Pinterest para buscar referência, e quando gosto de alguma coisa quero primeiro tentar fazer do meu jeito, mesmo que na gambiarra
A designer leva a sério a falta de compromisso com o tradicional e, após aprender três pontos, decidiu inventar para ter prazer no que faz. — Fui misturando e inventando outros pontos. Não sei nome de nenhum, não sei se estou fazendo certo e nem quero tentar um avesso perfeito. Os primeiros bordados ficaram para mim ou presenteei amigas. Hoje, vendo no Enjoei e por encomenda. Aura se chateia quando dizem que suas peças são caras, mas ela explica. — Dá um super trabalho fazer. Perco boas horas em cada bordado e as pessoas não têm essa noção e acham caro. Tem peças de R$ 45 até R$ 100. O valor final depende do tempo de trabalho que tive em cada um
Costura Nem sempre aprender a costurar está ligado à conquista de uma atividade econômica. Fazer pequenos ajustes sem depender de mão de obra externa, fazer peças de roupa, confeccionar presentes estão na lista de quem busca aprender a costurar. Eliane Tear, que carrega um sobrenome predestinado na área de trabalhos manuais, é uma das responsáveis pelo ateliê Rainhas da Costura. No local, homens e mulheres com faixa etária entre 14 e 30 anos buscam formas de aprender a costurar. Eliane afirma que a maioria é iniciante e há quem se empolgue com o ofício e monta até uma marca virtual. — A maioria das pessoas quer ter autonomia para fazer suas próprias coisas em casa
Uma das alunas é a engenheira química Fernanda Lobo, que há quase dois anos é uma “rainha da costura”. Fernanda conta que suas avós e tias-avós eram costureiras e bordadeiras de mão cheia, mas a vida as levou para outro caminho e a tradição foi perdida. — Estou aqui graças a esse aprendizado maravilhoso, revivendo um pouquinho do prazer que elas tinham em fazer as próprias roupas. Apesar do talento hereditário, Fernanda confessa que desacreditou no curso, uma vez que costurava as roupas de suas bonecas. Portanto, se aproximou do ateliê de forma tímida. — Já na primeira aula tomei um susto. O placar foi de 10 a 0 para a costura. Que coisinha mais difícil costurar uma linha reta. Graças a toda paciência das instrutoras, a costura reta, o zíper invisível e a pence foram deixando de ser monstros assustadores até se tornarem truques corriqueiros
O curso tem duração de dois meses, com aulas uma vez por semana, com 2 horas cada uma. O valor é R$ 450 por mês. Também há cursos livres de costura, com duração mais curtas e valores mais em conta
Compota Nada de compota tradicional, extremamente doce e em potes de vidro com paninho xadrez na tampa. Aqui o negócio é compota de morango com pimenta dedo de moça especial para foie gras. Mas se adicionar aceto balsâmico pode ser comida com salada. Ah! Vai super bem também com sorvete de creme
Essas são apenas algumas opções da A Compoteira, marca desenvolvida por Fawsia Borralho, de 50 anos. Fawsia, que é de origem nordestina, garante que trouxe de sua criação memórias que a ajudaram a compor seus produtos, hoje vendidos com uma pegada moderna, tanto no sabor quanto na apresentação. — Minha memória é de vó, de casa, de almoço de família, de trocar receita. Gosto de quiabo maxixe. Nunca os abandonei
Os produtos dela são de tamanho padronizado. Os potes de 250g custam R$ 35. A venda é feita pelo e-mail acompoteira@hotmail.com ou pelo WhatsApp (11) 99390-4633

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Hábitos da vovó como costurar, crochetar, bordar e fazer compota caíram no gosto de mulheres mais jovens. O que antes era sinônimo de "tarefa de mulherzinha" ganhou ares modernos e passou a ajudar a compor o orçamento e, em alguns casos, se tornou profissão ou apenas hobbie. Apesar dos produtos ainda seguirem linhas tradicionais, o destaque fica para a nova roupagem. A compota está menos doce e traz ingredientes exóticos, o crochê tem cores e funcionalidades mais ousadas e os desenhos dos bordados vão além das flores e ganham traços e estampas contemporâneas
Crochê Três amigas com idades entre 29 e 31 anos indo para uma badalada praia do litoral norte paulista para passar a virada do ano de 2015 não chamariam a atenção se não fosse pelo fato de o trio levar na bagagem rolos e agulhas de crochê
As professoras Cibele Peres Horta, de 31 anos, Renata Silveira Alonso, de 29, e a designer gráfico Ana Carolina Caldas Fernandes, de 30, levaram tão a sério a paixão por crochetar que, em meio ao agito das festas de fim de ano, surgiu a ideia de criar a La Loba Crochet. Assim como no tempo da vovó, as três se reuniam e crochetavam juntas enquanto conversavam e davam palpites nas peças uma das outras. Ana conta que foi a sogra de Cibele, a dona Lucila, que ensinou ao trio o essencial e, bem diferente de como se aprendia no passado, as três desenvolveram o restante do que sabem em tutoriais na internet.  — Hoje, temos uma troca com a nossa mentora. Ela nos ensina alguns truques e segredos que só ela sabe e devolvemos com dicas mais modernas que aprendemos
A venda também se apoia na tecnologia. Os produtos são comercializados pelas redes sociais e pelo e-mail lalobacrochet@gmail.com. Os valores dos produtos de decoração variam entre R$ 28 e R$ 200. Há peças pronto-entrega ou sob encomenda
Bordado Inscrições como “Dói, mas passa” ou “Good vibes, only” (somente boas vibrações, em tradução livre) ou a estampa do cantor Fred Mercury parece uma ilustração típica de quadrinhos modernos vendidos em feirinhas hype, mas na verdade é bordado. A técnica também é uma atividade em plena onda do resgate de tradições, mas com novas nuances e menos apreço com a perfeição e mais foco no contemporâneo
A designer Aura Rosa, de 28 anos, teve seu primeiro contato com o ponto cruz aos dez anos, mas a típica falta de paciência da idade a fizeram tentar o crochê e o tricô. Sem sucesso. Foi então que na época da faculdade Aura decidiu bordar, mas de uma forma mais ousada, quando o assunto é estampas. — Decidi bordar quando percebi que dava para fazer coisas legais usando essas técnicas, mas de uma maneira mais livre, sem a perfeição que as vovós tinham. Uso muito o Pinterest para buscar referência, e quando gosto de alguma coisa quero primeiro tentar fazer do meu jeito, mesmo que na gambiarra
A designer leva a sério a falta de compromisso com o tradicional e, após aprender três pontos, decidiu inventar para ter prazer no que faz. — Fui misturando e inventando outros pontos. Não sei nome de nenhum, não sei se estou fazendo certo e nem quero tentar um avesso perfeito. Os primeiros bordados ficaram para mim ou presenteei amigas. Hoje, vendo no Enjoei e por encomenda. Aura se chateia quando dizem que suas peças são caras, mas ela explica. — Dá um super trabalho fazer. Perco boas horas em cada bordado e as pessoas não têm essa noção e acham caro. Tem peças de R$ 45 até R$ 100. O valor final depende do tempo de trabalho que tive em cada um
Costura Nem sempre aprender a costurar está ligado à conquista de uma atividade econômica. Fazer pequenos ajustes sem depender de mão de obra externa, fazer peças de roupa, confeccionar presentes estão na lista de quem busca aprender a costurar. Eliane Tear, que carrega um sobrenome predestinado na área de trabalhos manuais, é uma das responsáveis pelo ateliê Rainhas da Costura. No local, homens e mulheres com faixa etária entre 14 e 30 anos buscam formas de aprender a costurar. Eliane afirma que a maioria é iniciante e há quem se empolgue com o ofício e monta até uma marca virtual. — A maioria das pessoas quer ter autonomia para fazer suas próprias coisas em casa
Uma das alunas é a engenheira química Fernanda Lobo, que há quase dois anos é uma “rainha da costura”. Fernanda conta que suas avós e tias-avós eram costureiras e bordadeiras de mão cheia, mas a vida as levou para outro caminho e a tradição foi perdida. — Estou aqui graças a esse aprendizado maravilhoso, revivendo um pouquinho do prazer que elas tinham em fazer as próprias roupas. Apesar do talento hereditário, Fernanda confessa que desacreditou no curso, uma vez que costurava as roupas de suas bonecas. Portanto, se aproximou do ateliê de forma tímida. — Já na primeira aula tomei um susto. O placar foi de 10 a 0 para a costura. Que coisinha mais difícil costurar uma linha reta. Graças a toda paciência das instrutoras, a costura reta, o zíper invisível e a pence foram deixando de ser monstros assustadores até se tornarem truques corriqueiros
O curso tem duração de dois meses, com aulas uma vez por semana, com 2 horas cada uma. O valor é R$ 450 por mês. Também há cursos livres de costura, com duração mais curtas e valores mais em conta
Compota Nada de compota tradicional, extremamente doce e em potes de vidro com paninho xadrez na tampa. Aqui o negócio é compota de morango com pimenta dedo de moça especial para foie gras. Mas se adicionar aceto balsâmico pode ser comida com salada. Ah! Vai super bem também com sorvete de creme
Essas são apenas algumas opções da A Compoteira, marca desenvolvida por Fawsia Borralho, de 50 anos. Fawsia, que é de origem nordestina, garante que trouxe de sua criação memórias que a ajudaram a compor seus produtos, hoje vendidos com uma pegada moderna, tanto no sabor quanto na apresentação. — Minha memória é de vó, de casa, de almoço de família, de trocar receita. Gosto de quiabo maxixe. Nunca os abandonei
Os produtos dela são de tamanho padronizado. Os potes de 250g custam R$ 35. A venda é feita pelo e-mail acompoteira@hotmail.com ou pelo WhatsApp (11) 99390-4633

Hábitos da vovó como costurar, crochetar, bordar e fazer compota caíram no gosto de mulheres mais jovens. O que antes era sinônimo de "tarefa de mulherzinha" ganhou ares modernos e passou a ajudar a compor o orçamento e, em alguns casos, se tornou profissão ou apenas hobbie. Apesar dos produtos ainda seguirem linhas tradicionais, o destaque fica para a nova roupagem. A compota está menos doce e traz ingredientes exóticos, o crochê tem cores e funcionalidades mais ousadas e os desenhos dos bordados vão além das flores e ganham traços e estampas contemporâneas

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