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Em fila de cadastramento, famílias da Copa do Povo relatam esperança de conseguir moradia

MP e prefeitura querem mapear sem-teto que ocupam terreno de 150 mil m² em Itaquera

São Paulo|Do R7

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O sol intenso e o calor não desestimularam as milhares de famílias da ocupação Copa do Povo, em Itaquera, zona leste de São Paulo, a fazer o cadastramento com a prefeitura nesta quarta-feira (2) Reportagem: Amanda Mont'Alvão Veloso, do R7
A construtora Viver tem até o dia 3 de novembro para transformar a promessa de apoio no repasse público necessário efetuar o pagamento, que deverá ser à vista. Confirmada a compra e aprovado o projeto no Ministério das Cidades, por meio do programa federal Minha Casa Minha Vida Entidades, o movimento poderá comandar o futuro empreendimento e escolher as famílias que serão contempladas
Com RG e CPF nas mãos, os sem-teto do agrupamento G3 — a ocupação foi loteada em oito grupos — informavam a oito funcionários da prefeitura os dados pessoais e também a quantidade de pessoas na família
A Caixa Econômica Federal, o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo se comprometeram a cadastrar os ocupantes e construir prédios de moradia para eles. A previsão do movimento é que as primeiras das 3.500 unidades fiquem prontas em 2016
O motorista de caminhão Elvis dos Anjos, 35 anos, deixou a família na casa que alugam em Itaquera e foi morar no acampamento para “ajudar na luta”. Segundo ele, o aluguel aumentou muito desde a construção do estádio da Copa do Mundo. Atualmente desempregado, ele atua como segurança da ocupação, liderada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). — Estamos lutando para morar aqui
Segundo ele, tudo no acampamento é gratuito e solidário. Além disso, elogia Guilherme Boulos, líder do MTST. — Ele é um companheiro lutador, daqueles que não abandonam os demais. Merece o respeito de todos
A auxiliar de telemarketing Maria Elba Rodrigues de Almeida, 28 anos, segura a pequena Yasmin, nascida junto com a Copa do Mundo, no dia 12 de junho. Com uma camiseta em que se lê “a felicidade é gratuita”, ela relembra, com bom humor, o momento em que o médico do Hospital Geral de Guaianases se recusou a fazer o parto porque queria assistir ao jogo do Brasil contra Croácia, mas mudou de ideia. — Estou esperançosa de que vamos morar aqui. Fiquei surpresa quando o terreno foi regularizado, pois foi preciso até acampar lá. Nossa, gostei demais
Mesmo sem ter um destino certo, ambos deixaram a ocupação neste domingo. A saída de todos é uma estratégia cara ao MTST, que tem outras ocupações em São Paulo, como a Faixa de Gaza, na zona sul, prevista para ser desocupada em setembro, após firmar um termo parecido com a entidade dona do terreno e o governo, segundo Boulos. — A nossa perspectiva, e daí a importância também de o movimento não estimular que as pessoas morem na ocupação e favelizem, não é de fazer favela. Nossa perspectiva é fazer a ocupação como uma forma de pressão sobre o poder público e os especuladores, para que ali, nesses terrenos ociosos, se construa moradia popular
Ela é uma das coordenadoras dos grupos — são sete por cada um dos oito agrupamentos — e responsável pela promoção de atividades culturais. Dentre elas, cita a realização do Cine Sem-Teto, evento no qual exibiram o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin
Batizado como uma crítica aos gastos públicos com a Copa do Mundo, o acampamento também celebra o futebol com um campeonato próprio, que começou com seis times masculinos e seis femininos. As crianças também entraram na brincadeira
As equipes foram divididas em categorias — há os times dos professores, garis, rodoviários, cabeleireiras, cozinheiras, profissionais do sexo e outras profissões
A reportagem reencontrou Valdirene de Oliveira Cardoso, a Tuca, de 41 anos. Assim como os demais moradores, ela estava feliz com a regularização do terreno. — Foi uma grande alegria, as pessoas chorando de felicidade. Esperamos morar aqui neste terreno. A luta é nossa

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O sol intenso e o calor não desestimularam as milhares de famílias da ocupação Copa do Povo, em Itaquera, zona leste de São Paulo, a fazer o cadastramento com a prefeitura nesta quarta-feira (2) Reportagem: Amanda Mont'Alvão Veloso, do R7
A construtora Viver tem até o dia 3 de novembro para transformar a promessa de apoio no repasse público necessário efetuar o pagamento, que deverá ser à vista. Confirmada a compra e aprovado o projeto no Ministério das Cidades, por meio do programa federal Minha Casa Minha Vida Entidades, o movimento poderá comandar o futuro empreendimento e escolher as famílias que serão contempladas
Com RG e CPF nas mãos, os sem-teto do agrupamento G3 — a ocupação foi loteada em oito grupos — informavam a oito funcionários da prefeitura os dados pessoais e também a quantidade de pessoas na família
A Caixa Econômica Federal, o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo se comprometeram a cadastrar os ocupantes e construir prédios de moradia para eles. A previsão do movimento é que as primeiras das 3.500 unidades fiquem prontas em 2016
O motorista de caminhão Elvis dos Anjos, 35 anos, deixou a família na casa que alugam em Itaquera e foi morar no acampamento para “ajudar na luta”. Segundo ele, o aluguel aumentou muito desde a construção do estádio da Copa do Mundo. Atualmente desempregado, ele atua como segurança da ocupação, liderada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). — Estamos lutando para morar aqui
Segundo ele, tudo no acampamento é gratuito e solidário. Além disso, elogia Guilherme Boulos, líder do MTST. — Ele é um companheiro lutador, daqueles que não abandonam os demais. Merece o respeito de todos
A auxiliar de telemarketing Maria Elba Rodrigues de Almeida, 28 anos, segura a pequena Yasmin, nascida junto com a Copa do Mundo, no dia 12 de junho. Com uma camiseta em que se lê “a felicidade é gratuita”, ela relembra, com bom humor, o momento em que o médico do Hospital Geral de Guaianases se recusou a fazer o parto porque queria assistir ao jogo do Brasil contra Croácia, mas mudou de ideia. — Estou esperançosa de que vamos morar aqui. Fiquei surpresa quando o terreno foi regularizado, pois foi preciso até acampar lá. Nossa, gostei demais
Mesmo sem ter um destino certo, ambos deixaram a ocupação neste domingo. A saída de todos é uma estratégia cara ao MTST, que tem outras ocupações em São Paulo, como a Faixa de Gaza, na zona sul, prevista para ser desocupada em setembro, após firmar um termo parecido com a entidade dona do terreno e o governo, segundo Boulos. — A nossa perspectiva, e daí a importância também de o movimento não estimular que as pessoas morem na ocupação e favelizem, não é de fazer favela. Nossa perspectiva é fazer a ocupação como uma forma de pressão sobre o poder público e os especuladores, para que ali, nesses terrenos ociosos, se construa moradia popular
Ela é uma das coordenadoras dos grupos — são sete por cada um dos oito agrupamentos — e responsável pela promoção de atividades culturais. Dentre elas, cita a realização do Cine Sem-Teto, evento no qual exibiram o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin
Batizado como uma crítica aos gastos públicos com a Copa do Mundo, o acampamento também celebra o futebol com um campeonato próprio, que começou com seis times masculinos e seis femininos. As crianças também entraram na brincadeira
As equipes foram divididas em categorias — há os times dos professores, garis, rodoviários, cabeleireiras, cozinheiras, profissionais do sexo e outras profissões
A reportagem reencontrou Valdirene de Oliveira Cardoso, a Tuca, de 41 anos. Assim como os demais moradores, ela estava feliz com a regularização do terreno. — Foi uma grande alegria, as pessoas chorando de felicidade. Esperamos morar aqui neste terreno. A luta é nossa

O sol intenso e o calor não desestimularam as milhares de famílias da ocupação Copa do Povo, em Itaquera, zona leste de São Paulo, a fazer o cadastramento com a prefeitura nesta quarta-feira (2) Reportagem: Amanda Mont'Alvão Veloso, do R7

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