Um grupo de amigos e ativistas saiu em defesa da travesti
Verônica Bolina, de 25 anos, que ganhou os noticiários depois que arrancou a
orelha de um carcereiro do 2º Distrito Policial, no Bom
Retiro, região central de São Paulo, no último domingo (12). Yasmin
Fernandes, amiga da travesti, diz que não teve a chance de falar com ela, mas
que soube que a amiga se irritou porque seria colocada em uma cela com outros
homens.
— Eles tiraram o aplique dela e a jogaram em uma cela com
outros homens que começaram a fazer piadinha com ela. Tenho certeza que ela
ficou com medo e reagiu. Um absurdo o que fizeram e o desrespeito com a figura
dela, uma negra, travesti e garota de programa
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Segundo o boletim de ocorrência, Verônica foi presa depois
de agredir uma idosa nos Jardins. Ela foi levada primeiro para o 78º DP e depois
para o 2°DP. A amiga, que participa do grupo ‘Justiça para Verônica Bolina’
questionou essa confusão com a idosa e disse não entender como isso aconteceu.
— A Verônica faz programa no flat dela e todo o prédio é alugado
por garotas de programa. Não entendi como uma idosa vai morar num lugar desses e ainda reclama do barulho. Toda a história está estranha
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O delegado Luiz Roberto Hellmeister, do 2°
DP, disse que o carcereiro e a travesti viveram ‘uma verdadeira briga de rua’.
— Ela chegou aqui e não quis ficar na cela
com os outros homens. Foi levada para um seguro (cela isolada), mas também não quis ficar. No
momento em que estávamos fazendo um remanejamento, ela atacou o carcereiro e ele deu socos nela. Foi cena de briga de rua mesmo. Aqui é um lugar provisório e não temos celas específicas, como em um presídio
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Na tarde desta quarta-feira (15), o delegado ouviu o depoimento da travesti e relatou a versão dada por ela.
— O que ela disse foi que estava possuída por um demônio. Ninguém arrancou o cabelo dela. Ela perdeu a peruca em algum momento e ela quem arrancou a própria roupa. O que ela levou foi soco do carcereiro
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O carcereiro que teve a orelha arrancada passa bem e não vai ficar afastado do trabalho. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que "Ela foi ouvida na tarde desta quarta-feira e
confirmou que, quando estava detida em uma cela, expôs a genitália e começou a
se masturbar, o que provocou a revolta dos outros presos. Para conter a
situação, um carcereiro entrou na cela para retirá-la, quando Verônica o atacou
com uma mordida na orelha. O delegado esclarece que Verônica se machucou
durante esses confrontos". Em nota, o órgão afirmou ainda que que o caso será investigado pela corregedoria
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Verônica deve ser transferida para um presídio em dois dias. Ela responderá por tentativa de homicídio
por causa do espancamento da senhora e da agressão ao carcereiro
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Na tarde desta quarta-feira, grupo de amigos e movimentos sociais foram até a delegacia para saber as condições que Verônica está e para saber o que aconteceu no domingo
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Fotos da travesti agredida e sem roupa circularam pela internet, assim como a foto do carcereiro sem a orelha