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Articulada pelas redes sociais, a terceira manifestação contra a falta de água em Itu aconteceu na tarde desta segunda-feira (29). O ato, que começou pacífico, terminou em tumulto. Enquanto representantes do movimento "Itu Vai Parar" se reuniam com integrantes da administração municipal, boa parte dos manifestantes, diante da demora, rumou no sentido avenida marginal. Algumas lixeiras foram queimadas e jovens teriam sido detidos pela polícia, segundo informações iniciais
Daia Oliver/R7
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Antes da confusão, um cordão de isolamento foi feito por integrantes da Guarda Municipal em frente à prefeitura. Aproximadamente 70 homens foram empenhados. Em um primeiro momento, cerca de 20 policiais militares deram apoio. Uma reunião entre uma comissão formada por manifestantes e a PM foi realizada no período da manhã para que o protesto acontecesse sem atos de vandalismo e violência
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Após uma hora e meia de conversas entre representantes do movimento "Itu Vai Parar" e da administração municipal, os manifestantes saíram frustrados. Durante o encontro, foi assinado um termo de compromisso que, para os integrantes do movimento, não passou de um "termo de intenções". O prefeito Antônio Luiz Carvalho Gomes, conhecido como Tuíze, não esteve presente. Segundo informação do secretário municipal de segurança, coronel Marco Antônio Augusto, Tuíze "cumpria agenda em São Paulo"
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Antes de começar a reunião, integrantes da Guarda Municipal relataram ter apreendido recipientes com gasolina e coquetel molotov em um terreno nas imediações da prefeitura
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O coronel Marco Antônio Augusto, que se apresentou também como porta-voz do Comitê gestor das Águas, instalado para tentar minimizar a crise hídrica no município, representou a prefeitura na reunião com os manifestantes. O comitê surgiu por recomendação da Coordenação Estadual de Defesa Civil, que está acompanhado a situação de Itu de perto desde quarta-feira (24), após encontro entre o chefe do Executivo municipal e o governador.
— A situação real hoje que o comitê tem é de 17 bairros altos da cidade onde a água não chega por gravidade. É necessário o fornecimento de água por caminhões-pipa, que é o que está sendo feito desde sexta-feira com 44 caminhões durante o dia. Durante a noite, dez caminhões desses 44 fazem o abastecimento das áreas de saúde e de educação. Para as regiões baixas, a água está chegando normalmente, dentro do rodízio de dois, três diasDaia Oliver/R7
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De acordo com ele, "não cabe ainda" a decretação do Estado de Calamidade pública, uma das reivindicações dos manifestantes.
— A decretação do Estado de Calamidade é do governador. O prefeito solicita ao governador a decretação de calamidade pública através de informações da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil. Isso é feito por meio do Formulário de Informação de Desastres. Esta análise é realizada pela coordenadoria, e o governador decreta o estado que for. Até agora, no momento, não cabe nem Estado de Emergência nem Estado de CalamidadeDaia Oliver/R7
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Antes do tumulto, um dos manifestantes abraçou um guarda municipal. Com uma almofada em formato de coração nas mãos, o autônomo Everson Guarnieri Júnior, 21 anos, falava: "Vocês não têm culpa. Estão sendo legais por não usarem o cassetete". Tudo foi filmado pela namorada, a estudante Nayara de Souza, 18.
Morador da Vila Prudente de Morais, o autônomo contou ao R7 que chegou a ficar nove dias sem água.Daia Oliver/R7
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O atleta paraolímpico Pedro Paulo Leite, 20, também fez questão de participar do ato. Ele afirmou que há tempos a cidade sofre com o problema da falta de água
— Não tem água na minha casa. Meu pai comprou 500 litros por R$ 70. E já está fazendo milagre com esta águaDaia Oliver/R7
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De forma bem humorada, a dona de casa Mônica Domingos, 32, protestou ao lado das filhas Ana Beatriz, 9, e Maria Eduarda, 4. Ela disse que foi uma maneira de cobrar o poder público sem violência e de maneira civilizada
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A irreverência marcou o protesto. Um caixão e uma coroa de flores foram colocados próximo à prefeitura
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