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Detentos tomam banho de sol na Casa de Detenção de São Paulo, localizada na zona norte da capital paulista, em 1975. Inaugurado em 1920, o presídio conhecido como Carandiru ficou marcado por incontáveis rebeliões, quase sempre violentas e com mortes. Em 2002 iniciou-se o processo de desativação do complexo, transformado no Parque da Juventude, um complexo cultural e recreativo de 240.000 m², administrado pelo governo do Estado
Estadão Conteúdo/26.08.1975
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Viaturas da polícia são vistas entrando na casa de detenção em 1981. No projeto inicial, a capacidade máxima de presos para o Carandiru era de 1.200 detentos — lotação atingida entre as décadas de 1920 e 1940. Nos primeiros anos de atividade, o local era considerado um "presídio-modelo". Na década de 1950, a capacidade foi ampliada para 3.250 detentos e com o passar do tempo, as rebeliões, a superlotação e má administração passaram a ser as marcas do local. Em 1992, data do massacre do Carandiru, cerca de 7.000 presos estavam na unidade
Oswaldo Jurno/Estadão Conteúdo/19.02.1981
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Em 30 de março de 1982, policiais sobem no telhado de um dos pavilhões da Casa de Detenção de São Paulo depois de uma rebelião que terminou com a invasão da polícia e 13 mortos
João Pires/Estadão Conteúdo/30.03.1982
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No entanto, além dos momentos de violência, um dos episódios famosos do Carandiru foi a apresentação da dançarina e ex-chacrete Rita Cadillac. A cantora chegou a se apresentar para mais de 7.000 presos durante festa anual da Casa de Detenção de São Paulo. O episódio ficou famoso em todo o País
Renato Dos Anjos/Estadão Conteúdo/14.12.1988
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Em 1992, após uma briga entre detentos do Pavilhão 9, ocorreu o episódio mais emblemático do complexo do Carandiru. Na tarde do dia 2 de outubro, a confusão entre os presos terminou no episódio conhecido como "massacre do Carandiru". A Tropa de Choque de São Paulo, na época comandada pelo coronel Ubiratan Guimarães, invadiu o presídio deixando um saldo de 111 mortos
Itamar Miranda/Estadão Conteúdo/04.10.1992
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Multidão de parentes e curiosos lota a entrada da Casa de Detenção de São Paulo e espera apreensiva pelo final do confronto entre detentos e policiais. A tragédia do Carandiru ocorreu em uma época de disseminação da violência institucional. Às vésperas das eleições municipais, o massacre pôde ser visto com um reflexo da política de combate radical à criminalidade na capital paulista em que, muitas vezes, a morte era vista como a melhor forma de reprimir o crime
Heitor Hui/Estadão Conteúdo/02.10.1992
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Na época, parentes dos prisioneiros tentaram invadir casa de detenção. Logo após a tragédia, como reflexo da revolta da sociedade pelo ocorrido, houve uma tentativa de humanização da polícia e, depois, a situação voltou a se agravar
Heitor Hui/Estadão Conteúdo/04.10.1992
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Segundo a versão dos detentos sobre o massacre, eles já estavam nas salas e desarmados quando a Tropa de Choque da Polícia Militar invadiu o local. Os policiais afirmam que os presidiários estavam armados e preparavam uma tocaia. Na foto, faxineira limpa o chão de corredor do IML (Instituto Médico Legal) enquanto os corpos dos detentos são colocados em caixas provisórias de madeira
Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo/4.10.1992
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Parentes leem lista de detentos e óbitos exposta à frente da casa de detenção. Segundo muitos presos, o número oficial de 111 mortos está abaixo da realidade, já que se afirma que pelo menos 250 detentos foram mortos na invasão
Márcia Zoet/Estadão Conteúdo/11.10.1992
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A perícia concluiu que apenas 26 dos 111 mortos foram baleados fora da cela. Alguns dias após a tragédia, o lixo ainda tomava conta da frente de pavilhão da Casa de Detenção do Carandiru
Itamar Miranda/Estadão Conteúdo/05.10.1992
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Presos penduram faixa demonstrando luto na casa de detenção três dias após o massacre ocorrido no local
Itamar Miranda/Estadão Conteúdo/05.10.1992
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No ano seguinte ao massacre do Carandiru, São Paulo viu surgir um de seus mais complexos problemas de segurança pública: o PCC (Primeiro Comando da Capital). O episódio de 1992 teria catalisado o processo de formação da facção criminosa
Itamar Miranda/Estadão Conteúdo/05.10.1992
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O coronel da Polícia Militar Ubiratan Guimarães, na época comandante da Tropa de Choque de São Paulo, foi o único acusado pelo massacre do Carandiru que foi julgado. Condenado a mais de 630 anos de prisão, ele não passou um dia na cadeia e acabou absolvido pelos crimes. Ubirantan foi morto com um tiro na barriga em setembro de 2006, em seu apartamento na capital paulista
Vidal Cavalcante/Estadão Conteúdo/14.02.1996
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Vista aérea de detentos no Carandiru em 2001, durante a ocorrência de uma série de rebeliões em diversos presídios do Estado de São Paulo, numa ação organizada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), que deixou vários mortos. No ano seguinte, iniciou-se o processo de desativação do Carandiru, com a transferência de presos para outras unidades
Mônica Zarattini/Estadão Conteúdo/19.02.2001
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Em dezembro de 2002, os pavilhões 6, 8 e 9 da Casa de Detenção do Complexo Carandiru foram implodidos em sete segundos. Vinte e seis acusados de participar do massacre do Carandiru vão a júri popular na segunda-feira (8), no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo
Robson Fernandjes/Estadão Conteúdo/08.12.2002