Em bairros tradicionais até então com a presença predominante de sobrados, prédios já não são novidade e se tornam cada vez mais comuns. Acima, foto de 2011, mostra sobrado da rua Caraibas, na Pompeia, que hoje já não existe. A foto de 2014 mostra tapumes no local onde será construído um prédio.
Reportagem: Guilherme Lima
Motagem/R7 e Google Street View
Na rua Barão do Bananal, Perdizes, zona oeste, casas cedem espaço para prédio residencial. As imagens foram feitas em um intervalo de quatro meses.
Montagem R7
De acordo com o diretor da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, Valter Caldana, com o novo Plano Diretor, que autoriza comércio na fachada dos edifícios, as construtoras
devem passar a comprar um número maior de casas para erguer seus empreendimentos, pois, quanto maior a fachada, melhor o aproveitamento comercial.
— Para que se faça um prédio, atualmente é necessário um espaço ocupado por três casas. Com o uso misto dos edifícios, o número de residências adquiridas por construtoras deve subir para mais de cinco.
Daia Oliver/R7
Na rua Cayowaá, Perdizes, zona oeste da cidade, dez casas deram lugar para a construção de um único prédio. Nas imagens é possível comparar como eram as propriedades em abril e como estão atualmente, depois de quatro meses
Montagem/R7
O vice-presidente de imobiliário do Sindusp (Sindicato da Construção de são Paulo), Odair Senra, acredita no fim das construções de sobrados em bairros de regiões próximas ao centro da cidade. E defende a presença cada vez maior dos prédios.
— Morar em casa hoje em São Paulo é um determinado luxo. A verticalização das residências é uma transformação natural da cidade e também uma utilização mais inteligente do espaço. Onde moram cinco famílias, este número tem potencial de se multiplicar em até dez vezes.
Daia Oliver/R7
Galerias de lojas comuns em prédios construidos nos anos 70 e 80, como os da rua Aristides Viadana, Lapa, zona oeste da cidade, devem ser exemplos para futuros edifícios que ocuparão mais espaço para abrigar apartamentos e comércios
Reprodução/Google Imagens
Resistente às investidas de
construtoras, Virgínia Soares, 63, mora há 47 anos com seu marido em um sobrado
na Vila Leopoldina.
— Morar em apartamento é mais uma despesa. Ter que pagar condomínio é o
mesmo que pagar aluguel. Já nos fizeram algumas propostas mas não temos
interesse em vender nossa casa.
Daia Oliver/R7
Ao recusar as propostas, Vírginia Soares e o marido fizeram construtora desistir de comprar casas vizinhas, que hoje estão com placa de venda
Daia Oliver/R7
Na Vila Mariana, zona sul, sobrados também brigam por espaço com edifícios na rua Rio Grande. De acordo com dados da Prefeitura, foram construídos 12.489 prédios em sete anos e meio. O bairro líder do ranking é a Lapa, com 23.229
Daia Oliver/R7
A aprovação do novo Plano Diretor Estratégico para
a cidade de São Paulo, realizada no dia 31 de julho, também vai afetar a altura das construções nos bairros
Daia Oliver/R7
Novos prédios no centro e em bairros próximos terão até oito andares. Valter Caldana explica que regiões mais afastadas receberão edifícios mais altos.
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A construção de prédios altos vai ser mais comum em bairros próximos de locais onde há grande concentração de pessoas e sistema de transporte coletivo. Isso vai impactar positivamente no desenvolvimento de bairros distantes do centro da capital