Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Haddad repete Jânio Quadros em exigências polêmicas sobre a roupa e o comportamento dos taxistas

Jânio tinha posições conservadoras e comprou briga com os motoristas de táxis

São Paulo|Juca Guimarães, do R7

Haddad repete Jânio nas exigências para taxistas
Haddad repete Jânio nas exigências para taxistas Haddad repete Jânio nas exigências para taxistas

Os motoristas de táxis de São Paulo têm que seguir um manual de conduta imposto pela prefeitura que inclui normas sobre o tipo de roupa, conservação do veículo e trato com os passageiros. As regras estão em vigor desde o último dia 18. Para não pagar a multa de R$ 35,52, os taxistas terão que usar sapato, calça e camisa sociais, além de cabelos e barba bem aparados e limpos.

O prefeito Fernando Haddad repete, quase 30 anos depois, o pacote de medidas polêmicas do Jânio Quadros que, em abril 1987, aprovou a Lei 10.308, proposta por ele, com regras de conduta para os taxistas. Jânio era contra até o de uso barba, mas a lei acabou passando com a exigência de "trajes adequados e veículos com boas condições de higiene". 

O pacote do Jânio também previa multa para os taxistas que não tratassem os passageiros e o público em geral com urbanidade e polidez.

Leia mais notícias de São Paulo no R7

Publicidade

A princípio, a gestão Haddad tinha incluído uma recomendação para que os taxistas evitem conversas sobre assuntos polêmicos como política, paixões esportivas e religião para evitar conflitos ideológicos durante a viagem. Essas recomendações foram revistas na semana passada pelo DTP (Departamento de Transportes Públicos). Então, os taxistas vão poder puxar assunto sobre o resultado das partidas de futebol.

Segundo as normas do DTP, os taxistas não podem falar palavrões ou comentar sobre problemas pessoais ou da categoria com os passageiros.

Publicidade

Na época de Jânio, a lei teve uma repercussão negativa entre os motoristas. "Ele foi xingado por todos. A reação foi a pior possível. Foi uma imposição que irritou muita gente na época. Eu estava começando e gostava de usar camisa social, então foi natural, mas teve rejeição sim", disse Giovane Romano, diretor Sinditaxi-SP (Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo).

O pacote do Haddad, segundo Romano, teve uma repercussão melhor entre os taxistas. "A maioria agora entende que é preciso mudar. A imagem da categoria vai melhorar com a exigência da roupa social", disse.

Publicidade

As mudanças propostas pela prefeitura foram discutidas em audiência temáticas e os taxistas também puderam apresentar sugestões, entre elas a exigência do curso de requalificação. "Em tempos de concorrência com o aplicativo Uber, a categoria precisa se atualizar e cuidar da imagem", resumiu Admilson Francisco Costa, o Giba, diretor do Simtetaxi (Sindicatos dos Motoristas e Trabalhadores em Empresas de Táxis no Estado de São Paulo).

— No tempo do Jânio, o taxista era o dono do alvará e não aceitava que mandassem nele. O pensamento era 'o táxi é meu e eu faço o que quiser', mas isso mudou muito desde então. Veio a concorrência, o perfil dos passageiros mudou, está tudo diferente. Antes, o passageiro tinha que ir atrás do táxi na rua. Hoje, pelo celular, ele pede a corrida antes até de sair de casa. O atendimento tem que estar à altura das expectativas dele.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.