O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, reuniu-se com os sócios das principais casas noturnas da cidade nesta quarta-feira (30) para criar uma comissão com a finalidade de aumentar a segurança das boates. Os empresários avaliaram o encontro positivamente, mas cobraram a diminuição da burocracia.
Segundo o prefeito, a comissão deve ser montada para criar um marco regulatório para as boates de São Paulo, enquanto a prefeitura aperfeiçoa seus procedimentos internos paralelamente.
— Queremos aqui assumir a nossa responsabilidade e que vocês assumam a de vocês.
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Ao término do encontro, Haddad disse que a prefeitura havia se reunido com o governo do Estado de São Paulo no dia 22 de janeiro para desenvolver uma parceria focada na segurança das boates antes do incêndio na casa noturna Kiss, ocorrido na madrugada do último domingo (27).
Para ele, a comissão vai ajudar na transparência do que vem sendo feito e esclarecer as responsabilidades tanto do lado privado quanto dos atos administrativos dos órgãos públicos. Ele também afirmou que não está preocupado com a legislação.
— A legislação é razoável. Ela é de boa para ótima, na verdade.
Segundo a secretária de licenciamento, Paula Mota Lara, a legislação para a segurança foi feita com base no incêndio do edifício Joelma, na década de 70, e hoje é uma das melhores do País.
Além da secretária, a reunião contou com a presença do secretário de subprefeituras, Francisco Macedo, do secretário de governo da Prefeitura, Antonio Donato, e do coordenador de juventude, Gabriel Medina.
Segundo o empresário e sócio da casa noturna Pucci, Luis Pucci, do lado empresarial, a reunião com a prefeitura incluía mais de 90% da noite paulistana.
Ele e outros empresários disseram que a reunião foi positiva, mas cobraram agilidade das papeladas para autorização e licenciamento das casas noturnas, afirmou Pucci.
— O que eles fizeram aqui está no caminho certo. O problema é a burocracia.
Demora
Em entrevistas aos jornalistas, a secretária disse que a demanda no licenciamento das casas ocorre porque o processo de fiscalização que precede a liberação da papelada não tem sistematização.
Segundo ela, hoje há a secretaria de licenciamento, mas outra secretaria sem nome definido deve tratar da fiscalização de imóveis já existentes e de terrenos a serem loteados. Além disso, será promovida uma sistematização de como é feito o licenciamento para diminuir o tempo de espera para autorização.
— Não tem um modelo. A coisa vai andando sem uma lógica pré-determinada.
A administração da prefeitura não tem tempo médio de espera do alvará, que chega a demorar mais de dois anos, de acordo com Mota Lara.
Comissão
O dono do Carioca Club, Carlos Garcia, disse que a prefeitura já colheu os contatos dos proprietários das principais casas noturnas da cidade e organiza a comissão que vai reforçar a segurança nas boates.
— Ao entrar, eles pegaram nossos contatos e nós pegamos o endereço de email criado para comissão. Não há uma data para início de funcionamento da comissão, mas este foi o pontapé inicial.