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Idosos abandonados em situação de vulnerabilidade são atendidos em casas da Prefeitura de SP

São 14 instituições com uma média de 34 idosos; a meta é a instalação de mais 19 casas

São Paulo|Juca Guimarães, do R7

Casas de Longa Permanência são opção para idosos abandonados
Casas de Longa Permanência são opção para idosos abandonados Casas de Longa Permanência são opção para idosos abandonados

Em São Paulo, desde 2008, a prefeitura municipalizou o atendimento aos pacientes com mais de 60 anos que estão abandonados em hospitais sem parentes e em vulnerabilidade social, e que apresentam alguma dependência física ou cognitiva.

Atualmente, existem 14 ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos) na cidade. São doze com capacidade para 30 pacientes e duas com 60 vagas. De acordo com o Plano de Metas da prefeitura, serão criadas mais 19 unidades do tipo.

Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento, a administração se dá em parceria com organizações sociais, sendo que uma única instituição é híbrida — a organização social possui convênio com a Assistência Social e Saúde para o atendimento de idosos com total dependência física e cognitiva.

Nas ILPIs são desenvolvidas atividades de recreação e integração dos idosos com a sociedade. Quando o idoso sofre de depressão, por conta do abandono, eles são encaminhados para as Unidades Básicas de Saúde e aos Centros de Atenção Psicossociais da região. De volta à instituição, é feito um trabalho de fortalecimento, recuperação da auto-estima, autocuidado, maior participação nas atividades e socialização com os demais residentes do serviço. A chefe da Coordenadoria de Proteção Social Especial da prefeitura, Marcia Francine,concedeu uma entrevista por e-mail ao R7 sobre as ILPs. Veja os principais trechos da conversa. 

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R7: Qual o perfil geral dos pacientes nas ILPIs?

Marcia Francine: Idosos prioritariamente sem vínculos familiares, acima de 60 anos, em vulnerabilidade social e que apresentam alguma dependência física e/ou cognitiva. Existem também os Centros de Acolhida Especiais para Idosos em situação de rua, este último para idosos com autonomia. 

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R7: O fato dos familiares terem abandonado ou não quererem visitar o paciente tem algum impacto no tratamento? Diminui a autoestima dos pacientes?

Marcia Francine: Sim, muitos desejam o contato familiar. As ILPIs, em sua maioria, trabalham com pessoas que já não possuem familiares ou estes vínculos estão rompidos há muito tempo, realizando novos vínculos na instituição e na comunidade. Entretanto, para aqueles que possuem algum contato ocorre demonstração de tristeza e isolamento.

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R7: É comum o paciente que foi abandonado ter depressão?

Marcia Francine: Com certeza. Porém, existem casos que o afastamento do familiar agressor é um fortalecimento para o idoso.

R7: Quais os fatores de vulnerabilidade que causam o abandono dos pacientes?

Marcia Francine: Conflitos familiares, violência física, psicológica e patrimonial. Em outros casos dificuldades da família em manter idosos com o avanço da dependência.

R7: Que tipo de investigação é feita para tentar achar os parentes dos pacientes?

Marcia Francine: O número de pessoas nesta situação é baixo. Porém, na ocorrência dessa situação, o ILPI encaminha os dados para o Departamento de Localização familiar e Desaparecidos da SMADS. A partir daí, é feita uma busca no banco de dados da SMADS e do SISA (Sistema de informação do atendimento aos usuários). Caso não se obtenha resultado, o Ministério Público, por meio do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos, com o qual temos parceria, é acionado, juntamente com a 4ª Delegacia de Pessoas Desaparecidas.

R7:As unidades de longa permanência recebem grupos ou entidades assistenciais que visitam os pacientes?

Marcia Francine: Recebem voluntários que desenvolvem várias atividades, como manuais, musicais, promovem cafés da tarde, etc. A reação para música funciona muito bem, como música raiz, saraus. [Eles] recebem os voluntários com alegria, as idosas colocam sua melhor roupa, se maquiam para receber as pessoas.

R7: E como faz para ser voluntário ou participar de uma atividade?

Marcia Francine: Quem quiser pode procurar diretamente as organizações sociais ou os Serviços de Assistência Social da região como os Centros de Referência de Assistência Social ou Centros de Referência Especializado de Assistência Social que indicam os serviços para avaliação das organizações sociais.

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