Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Inflação e combustível justificam aumento de tarifas de transporte, diz entidade

MPL realiza ato nesta tarda contra o aumento da passagem em São Paulo para R$ 3,80

São Paulo|

Segundo associação, 25 cidades já anunciaram aumentos nas tarifas
Segundo associação, 25 cidades já anunciaram aumentos nas tarifas Segundo associação, 25 cidades já anunciaram aumentos nas tarifas

Enquanto as maiores cidades do País acumulam protestos contra o aumento das tarifas do transporte público, a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) alega que a qualidade dos serviços poderia piorar muito se os preços das passagens não fossem corrigidos. Para a entidade, a escalada da inflação, a alta do preços dos combustíveis e o represamento tarifário dos anos anteriores justificariam os reajustes.

De acordo com levantamento da NTU, 25 cidades já anunciaram aumentos nas tarifas de ônibus e metrôs para este ano, com índices médios que variam de 8% a 13%, dependendo da praça. Na cidade de São Paulo, o preço das passagens subirá 8,6% e passará de R$ 3,50 para R$ 3,80 nesta sábado (9). No Rio de Janeiro, as tarifas subiram 11,7% no último sábado (2), de R$ 3,40 para R$ 3,80. E em Belo Horizonte, o aumento domingo passado, dia 3, foi de 8,82%, de R$ 3,40 para R$ 3,70.

"Muitos municípios não deram reajuste em 2015 e isso gerou uma pressão nas empresas que inclusive comprometeu a renovação das frotas. Além disso, o aumento da inflação e dos combustíveis ao longo do ano passado elevou muito o custo da operação", alega o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha.

Segundo o executivo, os reajustes anunciados serão suficientes para cobrir a defasagem dos preços na maioria das cidades onde os aumentos já foram anunciados. De acordo com Otávio Cunha, a alta nas tarifas só não precisou ser maior porque muito municípios aumentaram a concessão de subsídios e descontos tributários para o setor desde os protestos de junho de 2013. "Além disso, escapamos da reoneração da folha de pagamento pelo governo federal. Isso significou uma economia de R$ 300 milhões por ano, que significaria em média 1,3% a mais nas tarifas", acrescentou.

Publicidade

PM vai prender quem depredar patrimônio durante ato em SP, diz secretário

Mais de dois anos e meio após atos em SP, MPL volta as ruas contra o aumento da tarifa

Publicidade

Ainda assim, alega o executivo, a margem de manobra dos governos municipais, estaduais e federal é pequena, já que os tributos representam em média apenas 11% do valor das passagens. O maior custo do setor é com a mão-de-obra, equivalente a 41% das tarifas, enquanto o custo do diesel pesa em 23% do valor pago pelos usuários. Outros 18% das passagens é direcionado para cobrir gratuidades e descontos no serviço, que incluem idosos, portadores de necessidades especiais e estudantes.

"O que é perverso é o fato de todo o serviço ser financiado apenas pelas tarifas. Deveria haver um fundo com orçamento próprio - como ocorre nas áreas de Saúde e Educação - para cobrir parte dos custos transferidos para os usuários", defende Cunha. "O ideal seria haver recursos extratarifários, como subvenções cruzadas para abater parte do valor das passagens", completa.

Publicidade

A NTU apoia uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) em tramitação no Congresso que cria a chamada Cide Municipal, que seria uma taxa cobrada na bomba, no abastecimento de veículos privados. Ao contrário da Cide Federal, esses recursos seriam usados exclusivamente para financiar o transporte coletivo, diminuindo a pressão por reajustes das passagens. "Os carros ocupam 70% das vias e transportam apenas 20% das pessoas", argumenta o executivo.

Para Cunha, no entanto, nem mesmo o aporte de mais recursos no setor adiantará se não houver um planejamento mais eficiente de linhas e rotas nas maiores cidades, além da ampliação de iniciativas que priorizam o transporte coletivo, como a criação de mais corredores exclusivos.

A lógica é simples: como a operação é bancada pelas passagens, quanto mais eficiente for o serviço, mais usuários escolheriam o transporte público, e esse aumento de receitas resultaria em reajustes menores nas passagens.

"A média de velocidade dos ônibus hoje é de 12 km/h, mas já foi de 20 km/h no passado. Com corredores próprios e um sistema eficiente de gestão das rotas feito pelos governos municipais, é possível dobrar a velocidade atual, dobrando a quantidade de viagens sem precisar aumentar a frota. Uma boa gestão do setor é fundamental para que os preços das passagens sejam equilibrados", concluiu.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.