A 1ª Vara Federal de Guaratinguetá aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra três acusados de explodir caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, em Piquete, no Vale do Paraíba, em outubro do ano passado.
Um dos denunciados é o agente penitenciário Márcio Palumbo que trabalhava em presídio na região e delatou o envolvimento de um policial militar no fornecimento de explosivos para a quadrilha, conforme o R7 revelou.
Rafael de Oliveira Soares, Wanderson Mayer Braga e o agente foram denunciados por roubo e explosão. Soares e Palumbo também foram denunciados por porte ilegal de arma. O ataque aconteceu na madrugada de 26 de outubro do ano passado, quando a quadrilha atacou as agências bancárias de Piquete e aterrorizou a cidade.
Depois de explodir os caixas eletrônicos, parte da quadrilha recolheu as cédulas enquanto comparsas disparavam tiros de fuzil para intimidar os moradores e a Polícia local. Eles ainda tentaram roubar dois carros que estavam estacionados perto das agências, mas como não conseguiram atiraram na casa dos proprietários.
Segundo a denúncia, os bandidos atearam fogo em dois veículos usados no ataque e fugiram em uma caminhonete prata em direção à divisa com Minas Gerais, onde teriam feito a divisão do dinheiro.
Prisões
Depois do ataque, a polícia da região montou uma grande operação para prender os assaltantes. Uma equipe da PM localizou a caminhonete prata em frente a uma oficina mecânica em Caçapava (cidade a 97 quilômetros de Piquete). Um funcionário disse que a oficina pertencia ao agente penitenciário Márcio Palumbo. Os policiais encontraram explosivos, touca ninja, celular e R$ 33.500. O agente foi preso no prédio, onde mora a ex-mulher, escondido no apartamento de vizinhos.
Em São José dos Campos, cidade que fica a 120 quilômetros de Piquete, uma equipe do Baep — unidade de elite da PM — localizou e prendeu Soares no bairro Galo Branco depois de receber denúncia anônima. Os policiais localizaram dentro de um buraco no quarto um balde com R$ 50.365 e um revólver 38. Segundo a denúncia, Soares teria confessado que levou as armas e explosivos para a quadrilha.
Outra equipe da PM seguiu para o centro de São José dos Campos, onde parte do bando teria desembarcado logo após o roubo. Eles localizaram Braga na casa de uma ex-namorada. Os policiais encontraram R$ 46.850 escondidos no assento de um sofá. Também foi apreendido um celular.
Outro Lado
A defesa de Rafael não quis se manifestar sobre o caso. O advogado Ricardo Thadeu Martins Teixeira, que defende Braga, disse que o cliente é inocente. A reportagem não localizou a defesa do agente penitenciário Márcio Palumbo.