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Justiça manda para prisão domiciliar mulher que teve bebê em cela

Depois de 6 dias encarcerados, mãe obtém habeas-corpus e poderá responder em liberdade por porte de maconha com o filho de cinco dias

São Paulo|Ugo Sartori, do R7*

Mãe detida com filho de três dias em cela de São Paulo
Mãe detida com filho de três dias em cela de São Paulo Mãe detida com filho de três dias em cela de São Paulo

Mãe e bebê recém-nascido tiveram o habeas corpus aceito pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) para serem transferidos da penitenciária de Santana para prisão domiciliar.

Ela havia dado à luz no domingo (11), um dia depois de ser presa, e ficou com o filho de três dias em uma cela de 2 metros quadrados, no 8º DP (Brás).

Na tarde desta sexta-feira (16), por volta das 12h, a Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial, Direitos Infanto-Juvenis e da Mulher da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entrou com o pedido e por volta das 16h conseguiram uma resposta positiva do juiz.

Segundo o presidente da comissão, Martin de Almeida Sampaio, integrantes da comissão da OAB deram entrada com o pedido de habeas corpus usando argumentos que o juíz considerou sólidos: "abordamos a questão do menor, a questão de Bankok [regras da ONU para o tratamento de mulheres presas e medidas não-privativas de liberdade para mulheres infratoras], a legislação da primeira infância e acabamos obtendo [o habeas corpus]".

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"E agora estamos na correria aqui no Fórum da Barra Funda para ver se o diretor do Dipo 4 (Departamento de Inquérito Policial) assina o papel para a gente", disse o presidente da comissão. O papel é o alvará de soltura que permite a transferência de Jéssica para prisão domiciliar.

Segundo Sampaio, ainda existe a chance de Jéssica não ser solta nesta sexta-feira, caso o expediente do Fórum termine e eles não consigam a assinatura. "Esse é o risco, ela pode continuar presa porque o ele não quer assinar o documento. Ela vai ficar mais um final de semana inteiro presa."

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Questionado sobre o caso e como ele se repete com outras mulheres, Sampaio acredita que esse virará um caso referência: "Eu acho que isso abre um precedente muito importante para o Estado de São Paulo. Porque existem muitas mães que estão encarceradas por crimes não tão graves. Criança tem que ficar com a família, criança na rua sem mãe e sem pai não pode".

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A Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial, Direitos Infanto-Juvenis e da Mulher da OAB só aguarda a assinatura do alvará de soltura para poder buscar Jéssica: "Agora ela vai para casa. Vamos tirar ela de lá e levar para a casa dela. Ela vai responder em liberdade". 

*Estagiário, com supervisão de Marcos Sergio Silva

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