A investigação sobre a morte do menino Luan, atropelado por um trem do Metrô de São Paulo, em 23 de dezembro de 2018, aponta que demorou cerca de quatro minutos entre o momento em que a criança desembarca do vagão e o atropelamento.
O menino, de três anos, morreu após sair sozinho do trem que estava parado na estação Santa Cruz, da linha 1-Azul do Metrô, no início da tarde de domingo (23). Ele estava na companhia da mãe, Lineia Oliveira Silva, de três irmãos e o padrasto. "Ele escapou da minha mão e saiu correndo", disse a mãe.
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De acordo com o delegado que investiga o caso, Marcelo Teixeira Lima, da Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano), a contagem foi feita após a análise de imagens do dia do acidente. No entanto, o mesmo não soube informar o tempo entre o acidente e o aviso de acionamento por SMS — um relatório interno da empresa apontou que demorou 61 minutos para autorizar a entrada de agentes de segurança no túnel durante as buscas do menino Luan.
A gravação revela, também, que o avô chama a mãe de Luan para sentar em um banco que foi desocupado. Neste momento, ela teria dito para a criança "vamos", referindo-se a trocar de assento. No entanto, Luan deve ter entendido, segundo o delegado, que a palavra "vamos" seria para sair do vagão.
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Por instinto, Luan vê o trem seguindo viagem e vai atrás, avança a cancela e caminha cerca de 150 metros por uma área restrita do Metrô. Desorientado pela escuridão, a criança escorrega e cai na linha férrea. Passados quatro minutos, ele é atropelado por um trem. O delegado diz, também, que é possível ver o desespero da família dentro do trem quando percebe o sumiço de Luan.
Procurado, o Metrô informou que não teve acesso ao relatório entregue à Polícia Civil. Já a SSP (Secretaria de Segurança Pública) não respondeu o contato da reportagem.