Família vive em cômodo reformado por parceria entre empresas
Edu Garcia/R7A vida da família de Elisângela Gonçalves, 38 anos, mudou depois que foi contemplada com uma reforma no pequeno cômodo onde vive, à beira de um córrego no Parque Santo Antônio, região de Santo Amaro (zona sul de São Paulo).
Elisângela vive com o marido e três filhos, que têm 2, 7 e 12 anos, na casa de cerca de oito metros quadrados, no quintal compartilhado com a família das outras três irmãs, no fim de uma viela à beira de um córrego. As águas de esgoto passam a cerca de três metros do portão.
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O filho do meio, que tem retardo mental e autismo, sofria problemas respiratórios por causa da umidade da casa, que tinha chão de terra batida e pedaços de piso quebrados. Há dois meses, no entanto, as condições de saúde do menino melhoraram, segundo a mãe.
Casa de Elisângela antes da reforma
Divulgação/Loft"Depois que arrumou a casa melhorou tudo, o Jonatha [filho do meio] não ficou mais doente, ele consegue respirar melhor, dormir a noite toda, sem dizer que aqui ficou mais bonito", conta Elisângela.
A casa onde a família vive entrou para um projeto feito por meio de uma parceria entre as empresas Loft e Vivenda para reformar cômodos de famílias em situação de vulnerabilidade social na zona sul paulistana.
A Loft é uma plataforma digital que atua em vendas de imóveis em bairros nobres de São Paulo. E a Vivenda é uma startup que oferece reformas com praticidade. A parceria consiste em destinar parte do lucro de vendas de apartamentos luxuosos para reformar lares simples.
"A gente entende que tem uma responsabilidade perante toda sociedade, como todas empresas deveriam ter, para fazer a coisa de uma forma diferente. A Loft tem uma atuação limitada, mas entende que poderia fazer mais, atingir mais pessoas em outras situações e localidades. Mas sozinha não conseguiria. Por isso buscamos atingir por meio de parceiria", explica Kim Machlup, líder de planejamento de reforma e impacto da Loft.
Família vive em cômodo à beira de córrego
Edu Garcia/R7O projeto das empresas consiste em reformar um cômodo de famílias pobres na periferia com o intuito de melhorar o bem-estar e dar maior conforto no lar. Até o final de outubro, 11 famílias haviam sido contempladas.
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De acordo com Danielle Cerqueira, representante da Vivenda, o projeto já tem 152 famílias em situação de vulnerabilidade social cadastradas para serem beneficiadas. Ainda segundo Danielle, outras 89 já passaram pela avaliação das empresas e aguardam a última etapa do processo, que é a elaboração dos custos, para serem contempladas.
Danielle afirma que o processo de cadastramento de novos possíveis beneficiados foi pausado. De acordo com ela, "as famílias são credenciadas por organizações de assistência social nos bairros que atuamos".
Para Kim, a pretensão é continuar firme com o projeto e atender o maior número possível de pessoas. Não existe metas nem para terminar. "Nossa vontade é atender todo mundo que precisa."