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Mães de vítimas de atentados em Mogi das Cruzes protestam durante audiência de PMs

Policiais militares são suspeitos de terem matado pelo menos 21 pessoas

São Paulo|Do R7*

Mães Mogianas protestaram em frente ao Fórum de Mogi das Cruzes
Mães Mogianas protestaram em frente ao Fórum de Mogi das Cruzes Mães Mogianas protestaram em frente ao Fórum de Mogi das Cruzes

Mulheres do movimento Mães Mogianas foram para frente do Fórum de Mogi das Cruzes no final da manhã de sexta-feira (26). Munidas com cartazes e camisetas pedindo por justiça, as nove mães e um pai de vítimas de atentados no município protestaram contra os policiais militares Vanderlei Messias Barros e Fernando Cardoso Prado Oliveira.

Os dois soldados da PM estão presos no Presídio Militar Romão Gomes, desde 25 de novembro do ano passado, sob acusação de terem participado do assassinato de 21 pessoas entre novembro de 2014 e julho de 2015, em bairros periféricos de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo.

O encontro das mães aconteceu em frente ao fórum onde os militares prestaram depoimentos na audiência de instrução referente às mortes dos jovens Rafael Simão Oliveira Sarche, 21 anos, Renato José Nogueira Neto, 18, Marco Vinícius dos Santos, 15, Mateus Justino Costa, 17, e Tiago Nogueira Novaes, 25.

O momento de maior tensão da manifestação, segundo Regina Simão Sarche, mãe do Rafael, foi quando chegou a viatura que trazia os dois PMs para a audiência. As mães se aproximaram e, algumas delas, começaram a bater no carro que conduzia os soldados Cardoso e Messias.

“Eu comecei a esmurrar a viatura e gritar. O Cardoso virou para mim, e o negócio pegou fogo. Fiquei terrível. A gente saiu correndo para ver eles saindo da viatura do outro lado do Fórum. Gritamos, xingamos, e ele saiu com a cabeça coberta”, diz Regina.

A vontade da mãe era “olhar bem na cara do Cardoso e perguntar o que levou ele a fazer isso com nossos meninos”.

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Um ano e meio depois da criação do movimento Mães Mogianas, Regina destaca a dificuldade de se empenhar para que os autores do assassinato de seu filho, em 26 de abril de 2014, sejam presos.

“Eu pensei que não fosse aguentar. Fiz mais do que eu podia. Tá indo além dos meus limites, não sei se vou aguentar ter forças, mas eu preciso ter devido a minha filha, para lutar por justiça. Mas tá difícil”.

Apesar da audiência ter sido referente a morte de cinco jovens, o movimento das mães acredita que os PMs Cardoso e Messias são responsáveis por pelo menos outros 16 assassinatos no município.

Matheus Aparecido da Silva, morto em 15 de novembro de 2013, quando tinha 16 anos, é outro jovem que os PMs devem responder como autores do crime. Mesmo a morte dele não sendo tratada na audiência que ocorreu, Claudete Rodrigues, mãe do jovem, também esteve na manifestação em frente ao fórum. Ela conta que ficou “furiosa” e com “ódio” quando viu os militares chegando no local.

Apesar de querer que Cardoso e Messias também sejam julgados e condenados pela morte de seu filho, Claudete afirma que ficará “satisfeita” com a condenação deles por outros assassinatos. Já a vontade de Regina é que os soldados sejam presos em celas comuns, não em presídio exclusivo para policiais militares. “Espero que eles percam a farda, vá para uma delegacia normal, responda pelos atos que fizeram”, diz.

*Kaique Dalapola, estagiário do R7

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