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Médica denuncia colega por racismo em Barretos

Segundo relato da vítima, um obstetra teria gritado para ela "cala boca, negrinha!"

São Paulo|

O centro médico apura denúncia de negligência contra vítima
O centro médico apura denúncia de negligência contra vítima O centro médico apura denúncia de negligência contra vítima

Grupos de direitos humanos, Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) e Polícia Civil apuram o caso de uma médica que teria sido alvo de assédio moral e racismo na Santa Casa de Barretos, interior paulista. A anestesista Carolina Bernardes acusa um médico do hospital de preconceito racial. Já o centro médico apura denúncia de negligência contra ela.

No dia 7 de junho, a médica registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil da cidade, acusando o obstetra Fernando de Carvalho Jorge de preconceito racial. Segundo o relato, ele teria gritado para ela "cala boca, negrinha!" durante o atendimento no centro médico. A denúncia também foi levada ao Cremesp. O médico teria ficado revoltado porque a moça se recusou a atender imediatamente um parto que faria naquele dia.

No atendimento

José Luís de Almeida, diretor do Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência), acompanha o caso e comentou a situação.

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— Ela estava em um procedimento de fratura e disse que poderia ir assim que terminasse o atendimento, como realmente fez, cerca de meia hora depois. Mas ele [médico] não aceitou a resposta e passou a agredi-la, aos gritos.

Em resposta à denúncia de Carolina, a provedoria da Santa Casa primeiramente pediu o afastamento da médica à Cooperativa dos Anestesiologistas de Ribeirão Preto e, sem sucesso, anunciou na segunda-feira (22), a abertura de uma sindicância interna para ouvir testemunhas sobre uma denúncia de possível negligência cometida pela médica, como conta Almeida. 

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— Eles deveriam ter aberto a sindicância no mesmo dia. Ao que me consta, a parturiente deu entrada por volta das 23 horas de sábado, a bolsa estourou por volta da 1 hora do domingo, mas o médico só chegou às 7h. Então, precisa ver de quem foi mesmo a negligência. O bebê nasceu na manhã de domingo, saudável, e o que estão tentando fazer é transformar a vítima em ré.

Tortura Nunca Mais

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A comissão de Política de Raça e Gênero do Sinsprev levou o caso ao grupo Tortura Nunca Mais, de São Paulo. O advogado Lúcio França, do Tortura Nunca Mais, critiou o ocorrido.

— É um caso absurdo, de flagrante perseguição e de assédio contra a moça pelo hospital, além do crime de racismo propriamente dito cometido pelo médico.

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O Sinsprev também pretende denunciar o caso ao departamento jurídico do SOS Racismo na Assembleia Legislativa de São Paulo. A reportagem tentou falar com o médico Fernando de Carvalho Jorge, que não foi encontrado em seu consultório nesta segunda-feira. Na sua casa, uma pessoa que se apresentou como funcionária, de nome Marina, disse que ele estava na fazenda da família, sem contato por telefone celular.

O provedor da Santa Casa, de Barretos, Eduardo Petrov, e o assessor de imprensa do hospital também não foram localizados pelo jornal O Estado de S. Paulo. O Cremesp acompanha o caso, mas não havia, até a noite de segunda-feira, definido um diretor para falar sobre o assunto. O delegado responsável pelo caso também não foi localizado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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