O pneumologista Carlos Roberto Vono, denunciado em reportagem da RecordTV em outubro de 2015, foi indiciado por atentar "contra a dignidade sexual" de uma paciente em São Paulo. O processo corre em segredo de Justiça.
A desempregada, que não quer ser identificada, começou o tratamento com o médico após sentir muita falta de ar. Desconfiando do modo como Vono agia durante o exame, foi instruída por um colega a levar uma caneta-espiã na consulta e a gravar o comportamento do pneumologista. Nas imagens, a vítima é apalpada e colocada no colo do agressor. Na época da reportagem, o advogado de Vono disse que se tratava de procedimento padrão.
Por conta do ocorrido, a mulher desenvolveu problemas psicológicos. Ela foi encaminhada para fazer tratamento, mas foi demitida da empresa de ônibus onde trabalhava pelo excesso de faltas — mesmo com atestado médico. Agora, quer resolver o processo para ir embora do País.
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) informa que foi instaurada sindicância para apuração dos fatos. A mesma leva, em média, de seis meses a dois anos para ser concluída e está em sigilo. Sem provas, a denúncia é arquivada. Caso sejam constatados indícios de infração, um processo ético-profissional é instaurado e, após todas as etapas, o profissional vai a julgamento, que pode resultar desde advertência até cassação do registro.
Carlos Roberto Vono segue trabalhando como pneumologista em seu consultório, de segunda à sexta-feira, das 08h às 16h, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Até o momento, a Agência Record não conseguiu contato com o médico.