Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Megatraficante brasileiro é suspeito de matar advogada de Jarvis Pavão

Considerado o principal inimigo de Pavão, Minotauro atuaria para ocupar o lugar deixado por Jorge Rafaat, traficante sul mato-grossense morto em 2016

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Advogada de Jarvis Pavão, Laura Casuso foi assassinada no Paraguai
Advogada de Jarvis Pavão, Laura Casuso foi assassinada no Paraguai Advogada de Jarvis Pavão, Laura Casuso foi assassinada no Paraguai

A morte da advogada do megatraficante do Mato Grosso do Sul Jarvis Gimenes Pavão, Laura Casuso, na segunda-feira (12), deve provocar movimentação na disputa de forças pelo domínio do tráfico na fronteira do Brasil com o Paraguai, segundo uma fonte ouvida pelo R7. Polícias de ambos os países acreditam que o megatraficante conhecido como Minotauro seja o principal suspeito pela morte da advogada, na cidade paraguaia de Pedro Juan Cavallero, a 450 quilômetros da capital Assunção.

Saiba mais:Paraguai extradita ao Brasil chefe do narcotráfico na fronteira

As investigações estão sendo conduzidas pela polícia do Paraguai, no entanto, o delegado regional adjunto de Ponta Porã, Mikail Faria, afirmou que as equipes brasileiras estão auxiliando na apuração dos fatos que levaram ao assassinato da representante de Pavão. “Colhemos informações para evitar esse tipo de crime do lado brasileiro”, afirmou.

Segundo autoridades policiais brasileiras ouvidas pelo R7, Minotauro, foragido da Justiça de São Paulo desde agosto de 2012, é um dos maiores inimigos de Pavão, que cumpre pena no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. “Ele quer ser o novo Rafaat, mas com um perfil sanguinário”, afirma um policial que não quis se identificar, em referência ao chefe do tráfico de drogas na fronteira, Jorge Rafaat Toumani, assassinado em junho de 2016.

Publicidade

Saiba mais:A vida de luxo de traficante brasileiro em prisão 'cinco estrelas' no Paraguai

Natural de Bauru, no interior de São Paulo, ele era conhecido na cidade como Poseidon. “Ele fugiu e deixou mulher, filho, irmã e negócios para lavagem de dinheiro”, diz o policial. Ele não seria, de fato, aliado do PCC (Primeiro Comando da Capital), mas atuaria como uma espécie de parceiro comercial e sócio da facção paulista.

Publicidade

Em junho de 2016, quando Jorge Rafaat foi morto, o império do narcotraficante se tornou alvo de disputa de traficantes emergentes, entre eles, Minotauro, que teria se apropriado de uma parte do território de Rafaat. A advogada assassinada não seria apenas a representante de defesa de Pavão, ela atuaria como uma espécie de procuradora do narcotraficante.

“Ela era funcionária do Jarvis, como ele está preso em Mossoró, ela é que cuidava dos negócios dele em Pedro Juan Caballero”, diz a fonte. Minotauro seria um dos principais inimigos de Jarvis Pavão na disputa por territórios e pelo tráfico de drogas e armas na região. “Ele tem um perfil sanguinário e sangue frio.” Pavão, por sua vez, é investigado pela morte de Rafaat, preso em emboscada e atingido por tiros de uma metralhadora.

Publicidade

Guerra na fronteira

Leia também

Minotauro e Jarvis estão, segundo autoridades policiais, em guerra pelo comando das fazendas e pela exportação de drogas e armas. Diferentemente do perfil de Jorge Rafaat, Minotauro e os novos narcotraficantes que se instalaram na região tem um perfil bélico. A atuação de Minotauro, segundo policiais brasileiros, iria de Bella Vista, a 469 quilômetros de Assunção, onde estaria morando, até a Baixada Santista, litoral de São Paulo e principal destino da exportação de drogas e armas.

O Paraguai, segundo autoridades policiais que atuam na região da fronteira, vive hoje uma guerra pelo domínio do tráfico. "A cidade de Pedro Juan Caballero é alvo de uma disputa geral", afirma uma fonte policial. “Ele não foi capturado ainda porque parte da polícia paraguaia o protege”, diz.

Embora exista uma predominância da atuação do PCC na região, desde a morte de Rafaat, as cidades da fronteira não estão sob domínio fixo de uma facção específica. “Minotauro quer acabar com Jarvis Pavão e com narcotraficantes que atuem como seus inimigos”, afirma o policial. “Mas acredito que mais cedo ou mais tarde, ele vai entrar em conflito com o PCC.” Minotauro também é apontado como mandante do assassinato do policial civil Wescley Dias Vasconcelos, de 37 anos, em março deste ano, em Ponta Porã.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.