Versão do policial é que os meninos tentaram roubá-lo
ReproduçãoO menino de 15 anos que foi baleado nas costas por um policial militar à paisana nesta quarta-feira (17) passou por cirurgia, mas ainda está com o projétil alojado na barriga. Segundo a irmã do jovem, Adriana Santos de Araújo, ele está imobilizado para que a bala não se desloque e atinja a coluna dele, impedindo seus movimentos e causando sequelas. Ela conta que ele tem chance de ficar paraplégico.
O menino e um amigo foram abordados pelo policial, que é vizinho da família, por estarem “falando alto” na rua Boa Esperança, Vila Rosal, em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo. De acordo com o PM, os meninos teriam tentando roubar ele e, por isso, ele teria reagido.
De acordo com a irmã do adolescente, a versão do policial “não bate” com o que a vítima disse para a polícia. Ela afirma que, mesmo dopado após receber uma grande quantidade de medicação para a cirurgia, o menino manteve a mesma versão de quando estava na rua, esperando atendimento médico.
— Ele manteve a mesma versão dopado. Ele nem abria o olho direito. Por isso, acredito nele. O policial chegou para ele falando “vaza, vaza” e depois colocou a arma na cabeça do amigo dele. O menino correu, mas meu irmão não teve nem tempo de correr. Ele já ouviu o disparo e sentiu a bala nas costas.
O menino disse para a irmã que o policial estava a mais ou menos a oito passos dele quando fez o disparo. Ela também afirma que o irmão não tem passagem pela polícia e que tem medo de que o menino vá para a Fundação Casa por um crime que ele não cometeu.
Adriana conta que a mãe deles tinha acabado de chegar em casa e que o irmão estava lá, com ela, quando saiu. Após cerca de cinco minutos, a mãe ouviu o disparo.
— Ela me disse que não conseguiu nem tirar o sapato. Foi muito rápido.
No momento em que aconteceu o disparo, segundo a irmã, o policial estava na porta de casa esperando a chegada do filho dele da escola. E que, por isso, seria impossível que os amigos tenham tentado invadir a casa do PM.
O policial também disse que os jovens estavam armados. Porém, até o momento, nenhuma arma foi encontrada. O local tem câmeras de segurança, que podem contribuir com a investigação.
Adriana diz que o policial e a família dela tinham uma boa relação, que “não eram amigos”, mas que sempre existiu uma convivência pacífica e que não existe histórico de brigas de desentendimentos entre eles.
— Quando ele atirou, minha irmã saiu para socorrer o meu irmão. Aí ele disse para ela que não queria ter atirado nele.
Nesta quarta-feira (17), a SSP (Secretaria de Segurança Pública) foi procurada para se posicionar sobre o caso e, por meio de nota, afirmou que “o caso está sendo registrado como tentativa de roubo e será investigado”. Além disso, disse que “todas as partes serão ouvidas e serão procuradas imagens de câmeras de monitoramento”.
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