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Missa de sétimo dia de dentista queimada viva no ABC é marcada por tristeza e revolta

Família de Cinthya Moutinho preferiu não falar com a imprensa

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Missa aconteceu a poucos metros de onde Cinthya (foto) foi morta
Missa aconteceu a poucos metros de onde Cinthya (foto) foi morta Missa aconteceu a poucos metros de onde Cinthya (foto) foi morta

Em uma capela próxima ao consultório onde a dentista Cinthya Moutinho de Souza foi morta depois de ser queimada por criminosos, na rua Copacabana, em São Bernardo do Campo, aconteceu a missa de sétimo dia dela, na noite desta quinta-feira (2). Cerca de 150 pessoas estiveram presentes, a maioria amigos e vizinhos.

Os pais da dentista chegaram por volta das 19h30, mas não quiseram falar com os jornalistas. A advogada que os representa, Iara Aleixo, disse que o pai, Viriato Gomes de Souza principalmente, está muito abalado desde que começou a receber telefonemas que considera ameaçadores.

— O que eu digo sempre para ele, o senhor vai fazer o que o seu coração está pedindo. Ele falou para mim agora, “eu não quero falar com mais ninguém, eu quero ficar em paz na missa”.

Iara ainda lembrou a crueldade do que fizeram com a dentista, que foi queimada viva por bandidos durante um roubo, porque tinha apenas R$ 30 reais na conta.

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— Foi uma coisa muito grave. É um momento de reflexão, de orar pela Cinthya, pelo que foi feito com ela, para que ela tenha a paz, pela forma da pessoa que ela sempre foi.

Os pais de Ives Ota, Masataka e Keiko Ota, também estiveram presentes na missa. Para a mãe do menino, que foi morto em 1997, durante um sequestro, a crueldade dos criminosos está aumentando.

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— Antigamente, ladrão roubava e fugia. Agora, estão matando. 

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O crime

A dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, foi queimada viva durante um assalto dentro de seu consultório, na rua Copacabana, bairro do Jardim Anchieta, em São Bernardo do Campo. De acordo com a Polícia Militar, Cinthya atendia a uma paciente — cujo nome não foi divulgado — quando criminosos tocaram a campainha. Um dos bandidos disse que precisava de atendimento odontológico e a dentista abriu o portão. Logo, mais dois invadiram o local. A paciente ficou com os olhos vendados durante toda a ação e teve a bolsa, o celular e dinheiro roubados.

Cinthya disse que estava com pouco dinheiro, mas forneceu o cartão do banco e a senha. Os criminosos sacaram R$ 30 da conta da dentista em um caixa eletrônico próximo ao local do crime.

Segundo a paciente, única testemunha do crime, por volta das 12h30, a dentista começou a passar mal e, um dos bandidos, que aparentava ser menor de idade, resolveu encharcá-la com álcool para assustá-la. Segundo informações da polícia, eles queimaram a vítima por não terem conseguido levar mais dinheiro.

De acordo com o delegado seccional de São Bernardo, Waldomiro Bueno Filho, a paciente — que não ficou ferida — conseguia ouvir a dentista gritando "não faz isso" e pedindo socorro.

— Ela tentou apagar o fogo quando os bandidos fugiram, mas não foi possível. A dentista morreu em menos de três minutos.

Três homens foram presos e um adolescente apreendido, suspeitos de participarem do caso. Os dois homens detidos no sábado (27) e o menor de idade teriam confessado o roubo e a morte da dentista. O outro, encontrado na madrugada de segunda-feira (29),na Grande SP, negou envolvimento. O rapaz de 17 anos teria assumido que ateou fogo em Cinthya, que ainda estava viva.

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