Região do Morumbi sofre com recente onda de assaltos
Eduardo Enomoto - R7
Uma ONG (Organização Não Governamental) formada por moradores do bairro Morumbi, na zona sul de São Paulo, promove ações sociais com crianças e mulheres a fim de reduzir os índices de criminalidade na região. A Amis (Associação Morumbi de Integração Social) existe como organização desde 2007 e atende a 1.856 pessoas.
De acordo com uma moradora do bairro e voluntária do projeto, Carmen Soares, o objetivo da AMIS é oferecer oportunidade diferente a quem precisa.
— A maior preocupação é criar uma geração que não seja uma geração do crime. Para a criança olhar para o mundo e se sentir incluída nele.
Carmen relata que o projeto tem várias atividades como judô, balé, futebol, aulas de computação, aulas de costura, cabeleireiro, alfabetização para adultos, além de assistências psicológicas.
— Todos os dias da semana, temos aulas onde ensinamos as temáticas. E o efeito é positivo. Como exemplo, tem uma menina de dez anos que fez o teste para entrar no balé do Teatro Bolshoi, da Rússia, e agora vai estudar inglês na Califórnia, nos EUA.
Moradores do Morumbi reforçam segurança privada
Outro participante do projeto, Humberto Aragão afirma que o trabalho da ONG é de conscientização da cidadania e de transformação social de jovens carentes.
— Temos muitas crianças em situações de risco, que estão à margem da prostituição infantil, do crime, das drogas. E nosso foco é dar uma formação mais consciente para essas pessoas.
Aragão acrescenta que os beneficiados têm atendimento psicológico e jurídico. E o efeito, segundo ele, pode ser observado claramente.
— Em termos de criminalidade, a gente vê um decréscimo muito grande na região da Vila Andrade e do Morro da Lua. Nós percebemos a diminuição do crime aqui.
Medo no Morumbi: moradores mudam rotina e vivem “toque de recolher”
A mulher de Aragão, a gerente financeira Silvia, também moradora do bairro e voluntária do projeto, coordena um grupo de 20 meninas que se encontra semanalmente para debater temas sobre sexualidade e para participar de cursos de moda e gastronomia.
— Muitas delas chegam desconfiadas. Muitas delas são filhas de pais separados e ausentes ou as duas coisas. E nós damos uma resposta à elas, destacando pontos para que não se tornem vulneráveis ao ambiente que existe, geralmente, dentro da comunidade.
Também moradora do bairro, Jane Lima trabalha com crianças e vê que o projeto trouxe resultados.
— É muito bom você olhar para uma criança sorrindo e falando que não é um zero à esquerda, que tem coisas para fazer, isso conta muito.
Moradores do Morumbi usam "grupo secreto" para lidar com a violência no bairro
Estatísticas
A violência no bairro voltou a ganhar destaque no início do mês por causa de quatro arrastões que ocorreram num intervalo de duas semanas.
Há dois anos, o Morumbi registra cerca de dez assaltos todos os dias. E o número de estupros aumentou em 2015, em relação a 2014, passando de 12 para 19 entre janeiro e setembro.
Após a série de arrastões, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) reforçou o policiamento da área, com dois pelotões da Rota (Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar) e um pelotão da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas).
O policiamento também recebeu reforço de equipes do GOE (Grupo de Operações Especiais) e do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos).
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