O bebê Gabriel Guerreiro Souza Bento, que lutava pela vida na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do hospital Ipiranga, zona sul da capital paulista, morreu nesta terça-feira (12). Ele nasceu há uma semana com uma cardiopatia grave e não conseguiu vaga para a cirurgia de que necessitava.
De acordo com a família, Gabriel apresentou piora do quadro clínico e, durante a madrugada, chegou a ter uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimado. O óbito foi confirmado nesta tarde.
Antes da morte do bebê, a Secretaria do Estado disse que o caso de Gabriel era analisado pela Secretaria Municipal da Saúde que, procurada pelo R7, afirmou que cirurgias como a que Gabriel precisa fazer “são procedimentos de alta complexidade, portando, de competência estadual”.
Nesta quarta-feira (13), após a morte do bebê e a publicação desta matéria, a Secretaria do Estado divulgou carta dizendo que tomou conhecimento do caso na segunda-feira (11) e "iniciou busca de vagas para viabilizar a transferência e o procedimento cirúrgico". Leia a nota na íntegra:
“Em relação à matéria ‘Morre bebê que ficou sem atendimento especializado em hospital de SP’, publicada pelo portal R7 em 12 de julho, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo esclarece que somente por volta do meio-dia de segunda-feira, 11 de julho, foi informada pela regulação municipal sobre o caso do bebê G.G.S.B. — logo após a assessoria ter orientado a reportagem do R7 a direcionar seus questionamentos à Prefeitura.
Até então, a situação estava aos cuidados da central de regulação da prefeitura. Imediatamente ao receber o pedido, a Central de Regulação de Oferta e Serviços de Saúde (Cross) iniciou busca de vagas para viabilizar a transferência e o procedimento cirúrgico.
No entanto, na manhã de terça-feira, 12, houve piora no quadro clínico do paciente, inviabilizando sua transferência.
O Hospital Ipiranga manteve a criança medicada e sob plenos cuidados da UTI Neonatal. Tratava-se de um caso gravíssimo e mesmo a cirurgia indicada não era garantia de sobrevida, pelos riscos envolvidos.
Anualmente, são realizados cerca de 800 cirurgias cardíacas infantis no Estado, pelo SUS.
Diferentemente do que disse a Secretaria Municipal de Saúde, a realização de cirurgias cardíacas infantis na rede pública não compete exclusivamente ao Estado. Tanto que dois centros de referência, o HCor e a Beneficência Portuguesa, realizam esses procedimentos por meio de convênio com o município. A capital, inclusive, possui regulação própria e pode solicitar apoio para a central estadual de vagas”.
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