MP-SP apura racismo da PM em evento negro
Reprodução/FacebookO MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), por meio da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, pediu esclarecimento para a Polícia Militar sobre a atuação dos agentes na "Caminhada São Paulo Negra", no dia 24 de outubro. As apurações indicam ossíveis práticas de racismo cometida por policiais durante o evento.
A Polícia Militar tem 30 dias para prestar esclarecimentos. As apurações do Ministério Público começaram cinco dias depois do evento, por inquérito civil instaurado por requerimento do promotor Eduardo Valério.
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De acordo com as investigações iniciais, os policiais militares constrangeram o exercício profissional da empresa Blackbird Viagem, responsável por realizar a caminhada que passa por locais de interesse da cultura e história negras na cidade de São Paulo.
Durante o evento, os participantes do passeio teriam sido seguidos de modo ostensivo por motos e pela cavalaria da Polícia Militar.
Além disso, as apurações ainda indicam que os policiais que foram ao evento alegaram ter recebido um ofício indicando a ocorrência de uma manifestação e precisariam acompanhar.
Mesmo após serem informados que era um evento particular, já que se tratava de um passeio turístico promovido por uma empresa privada, os agentes seguiram o grupo por três horas, chegando a colher dados dos participantes, conforme apurou o MP-SP.
A reportagem procurou a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e aguarda um posicionamento sobre o fato.