A advogada Ieda Cristina Martins, de 42 anos, quer pedir o divórcio do marido, o publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, de 47, preso desde que confessou ter matado o zelador Jezi Lopes de Souza, de 63, que trabalhava o prédio em que moravam, na zona norte de São Paulo.
O desejo de Ieda foi registrado pelo advogado dela, e obtido pela reportagem da Record. No áudio, ela manifesta a vontade de se desvincular do publicitário.
— Eu quero pedir o divórcio. Não vou ficar vinculada ao Eduardo, de jeito nenhum. Eu não quero ter o mesmo advogado.
Ieda foi presa nesta terça-feira (10), por 30 dias, suspeita de ter participado da morte do ex-companheiro, o empresário José Jair Faria, em 2005, no Rio de Janeiro. Ela também é suspeita de ajudar o marido a ocultar o corpo do zelador.
A decisão sobre a prisão de Ieda foi dada no plantão judicial neste sábado, dia 7. Ela estava sendo ouvida na noite de segunda-feira (9), pelo caso do zelador, e a polícia do Rio também vai interrogá-la sobre a morte do ex-marido. A polícia trouxe os projéteis usados nos disparos que mataram o ex-marido de Ieda.
Será feita uma comparação balística com a arma encontrada na casa do casal em São Paulo. O aposentado Elias Martins, pai do publicitário acusado pela morte do zelador, também está sendo ouvido. Ele é o dono da casa onde o corpo de Souza foi encontrado. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Rio, ainda não está decidido se Ieda será transferida para o Rio de Janeiro.
A polícia encontrou tranquilizantes e seringas no apartamento do casal. Segundo Ieda, os materias pertencem ao marido.
— Eu nunca mexi nas coisas dele, nunca mexi. E todo mundo da igreja sabe disso, as pessoas, meus amigos, quem me conhece , eles sabem dessas coisas. Por quê? Ele tinha sempre o lugar dele reservado.
Caso
Antes de conhecer Martins, Ieda viveu com Farias, com quem teve um filho, José Jair Farias Junior, hoje com 19 anos. O casal já estava separado quando Ieda conheceu Martins. Eles passaram a morar juntos em 2001. Nessa época, Ieda e o ex-marido ainda disputavam a guarda do filho.
Familiares de Farias contaram à polícia que Ieda exigia dinheiro do ex-marido para permitir que ele visse a criança. Farias chegou a gravar conversas telefônicas e anotar pagamentos que fazia à ex-mulher. Em 2002, ele registrou na polícia ameaças que teriam sido feitas por Martins.
Em 9 de dezembro de 2005, Ieda registrou queixa contra Farias, acusado de ter ido à escola buscar o filho do casal sem avisar a ex-mulher. No dia 20 de dezembro de 2005, Farias foi encontrado morto com dois tiros, dentro de seu Corsa prata, na Estrada dos Palmares, em Santa Cruz. A polícia não chegou a nenhuma conclusão sobre o crime.