“Eu estava quietinho na minha sala quando vieram me avisar do incêndio, há exatamente um ano. Lembro de cada minuto daquela tragédia”. O relato do secretário estadual de cultura, José Roberto Sadek, sobre a destruição do Museu da Língua Portuguesa, no dia 21 de dezembro de 2015, tem tom emotivo e traz detalhes que ele acompanhou pessoalmente.
Um ano após o episódio, que terminou com a morte de um bombeiro, Sadek chamou a imprensa para anunciar o início das obras de restauro do prédio e a previsão de retomada das atividades do museu: primeiro semestre de 2019. Segundo o secretário, neste ano, foram realizadas intervenções como a remoção de escombros e o escoramento das paredes. Agora, com o alvará da prefeitura liberado, a execução do projeto começa de fato.
Veja imagens do incêndio no museu
Sadek relata que a obra está orçada em R$ 65 milhões e o dinheiro já está fatiado: R$ 34 milhões são do seguro (já recebido), R$ 20 milhões da empresa portuguesa do setor energético EDP, R$ 10 milhões do Grupo Globo e R$ 6 milhões do Banco Itaú.
— Somadas, essas quantias dão R$ 70 milhões porque estamos prevendo um delta de segurança para o período de obras. O restante será usado para ajudar na operação do museu em um primeiro momento, que é cara.
O prédio do museu, tombado como patrimônio nas esferas federal, estadual e municipal, ficou completamente destruído após o incêndio que teve início com um curto-circuito. A tragédia levou à interdição do local, mas exposições e eventos foram realizados em outros locais em 2016. A previsão para o próximo ano é de suspensão dessas atividades.
Projeto
O tom do relato de Sadek volta a ganhar emoção quando ele fala sobre a importância do museu e é questionado sobre as mudanças que serão implementadas com o novo projeto.
— O museu vai continuar com o mesmo jeitão. É o único museu do mundo sobre uma língua. Ele é muito importante para a cidade, para o Estado, para o Brasil e para todos os países de língua portuguesa. Ele vai continuar sendo sobre a língua, continuará trazendo interatividade e conhecimento sobre todos os aspectos ligados à nossa língua, mas vai ter tecnologia mais moderna, que não tínhamos há dez anos (quando o museu foi inaugurado). Sob o aspecto da construção, a aparência será a mesma, mas teremos muitas melhorias técnicas, inclusive para prevenção de incêndios.