27 de Maio de 2016
Levantamento do R7 revela que foram 12 ataques do tipo só na 1ª quinzena de maio
Vanderlei Reis, gerente de tecnologia da TecBan, empresa que trabalha com segurança bancária, conta que explosões a caixas eletrônicos são um tipo de crime recente no país e que vem crescendo a cada dia.
- Vai fazer um ano [em junho] que o Brasil começou a sofrer esse tipo de ataque, é novo. Essa modalidade já ocorre há alguns anos em outros países, como Bélgica, França e Suíça. Para combater [nestes países], eles desenvolveram dispositivos inteligentes que inutilizam as cédulas e o crime foi a zero.
Tomando como exemplo a estratégia internacional, há um ano começou a ser instalado no país um dispositivo que solta uma tinta avermelhada e mancha as notas na hora do ataque aos caixas. O aparelho está instalado, hoje, em aproximadamente 12 mil caixas no Brasil e em pelo menos 5.000 em SP, de acordo com Reis.
- É um dispositivo inteligente que, no momento do ataque, aciona uma quantidade de tinta nas cédulas. Elas ficam manchadas e inutilizadas, e a tinta pode ser rastreada.
Ainda segundo Reis, como a nota “entintada” não tem valor, a pessoa que pegá-la precisa procurar uma delegacia de polícia ou um banco para entregá-la. A nota, então, passa por perícia.
- No processo de entrega, o cliente tem que se identificar e preencher dados. Como ela pode ser rastreada, caso seja identificado que a cédula é originada de um ataque, a pessoa que a levou vai ter que dar explicações da origem.
Assista ao vídeo:
Ações
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou, em nota, que “mantém constantes reuniões com órgãos das polícias Civil, Militar e do Exército para a identificação e prisão de arrombadores de caixas eletrônicos”. Segundo a instituição, somente ações policiais coordenadas podem impedir os ataques, já que “nos últimos meses os assaltos e arrombamentos realizados fora das agências bancárias têm usado força desproporcional, com armamentos pesados, de elevado poder de destruição, inclusive explosivos”.
Na quinta-feira (11), a SSP (Secretaria da Segurança Pública) anunciou que as polícias civil e militar irão trabalhar de forma integrada para prevenir os crimes de explosões em caixas eletrônicos. Ao R7, o comandante da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo, disse que a operação deve ter início na próxima semana.
A Delegacia de Roubo a Banco, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), vai trabalhar com o Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e o GOE (Grupo de Operações Especiais) para investigar os ataques à bomba contra caixas eletrônicos.
Já a PM vai disponibilizar agentes do radiopatrulhamento, da Força Tática, e da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas) para coibir a ação dos criminosos.
Tipificação
Os dados expostos nesta matéria foram levantados pela reportagem do R7, com ajuda da Agência Record, durante este ano, já que a polícia diz que não existe uma estatística separada para roubos a caixas eletrônicos, muito menos com o uso de explosivos. Até o sábado (14), foram contabilizados 57 ataques a caixas em São Paulo, sendo 39 na região metropolitana.
Segundo a SSP, atacar um caixa eletrônico se encaixa no crime de roubo a banco. A secretaria afirmou que foram registrados 61 roubos a bancos neste primeiro trimestre de 2011, sendo 36 na capital, 11 na Grande São Paulo e 14 no interior.
Para o especialista em segurança de bancos Vanderlei Reis, os ataques contra caixas eletrônicos precisam ser tipificados no Brasil e separados dos roubos a bancos em geral.
- Crimes contra caixas eletrônicos precisam ter uma tipificação correta para que o criminoso não seja enquadrado no furto, mas sim no roubo. No Brasil, precisa sair de furto para roubo, com agravante que está afetando o sistema financeiro.
Veja como os criminosos conseguem dinamites:
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