Grupo atuava em diversas cidades
Google ImagesUm grupo especializado em enganar idosos com o chamado “golpe do motoboy” foi preso em São Paulo nesta terça-feira (8). A polícia prendeu 14 suspeitos por estelionato e organização criminosa, a maioria mulheres.
Notebooks, celulares, chips e máquinas de cartões foram apreendidos na megaoperação Alcateia, que envolveu mais de 200 policiais, em aproximadamente 30 viaturas, para cumprir, 68 mandados de busca e apreensão e prisão. Com um único detido, foram apreendidos 200 equipamentos de transferência bancária.
A operação investiga integrantes de uma quadrilha de estelionatários. Após seis meses de trabalho, a Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância e a Delegacia de Santa Maria acionaram o Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) de São Paulo.
Um jovem de aproximadamente 20 anos é acusado de coordenar o grupo, que tinha divisões organizadas e estratégias elaboradas para funcionar.
Integrantes do grupo se passavam por funcionários de bancos para conseguir senhas e outros dados das vítimas. Tudo começava com uma ligação. "Liga para a vítima, fala sobre a clonagem do cartão, liga no 0800, simulam que desliga, captam informações como CPF e senha. A pessoa digita. Orientada a levar cartão até o banco, eles oferecem o motoboy", conta a delegada Ivalda Aleixo.
Para despistar a Polícia, eles utilizavam documentos falsos de terceiros, inclusive para adquirir os aparelhos de transferência bancária.
Em uma casa simples, sem qualquer identificação na fachada, funcionava, em horário comercial, um dos escritórios de telemarketing do grupo. Ali, segundo a polícia, mulheres treinadas pelos criminosos convenciam as vítimas a entregar os cartões bancários aos motoboys. Quem recebia o telefonema, dificilmente desconfiava do golpe. Um programa instalado nos computadores simulava o barulho de uma verdadeira central de atendimento ao cliente.
A quadrilha usava São Paulo como base, mas fazia vítimas em outros seis estados. Segundo a delegada, 43 pessoas se beneficiavam do esquema. “Chefes são de São Paulo e orientavam para qual conta o dinheiro seria transferido", afirma Aleixo.
Em Maceió (AL), o prejuízo chegou a R$ 1.500.000. Em Santa Maria (RS), quase cem idosos foram enganados e perderam mais de R$ 500.000.