Perícia recolheu objetos usados para depredar concessionária
Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão ConteúdoA perícia chegou nesta sexta-feira (20), por volta das 8h45, na concessionária Mercedes Benz, na Marginal Pinheiros, próximo à ponte Eusébio Matoso, em São Paulo, para avaliar os danos causados nos dez veículos que foram depredados nesta quinta-feira (19) durante protesto do MPL (Movimento Passe Livre). O ato foi convocado para marcar um ano dos protestos que impediram a elevação nos preços do transporte público. A intenção do movimento era fazer uma passeata da praça do Ciclista, na Avenida Paulista, até a marginal Pinheiros, onde haveria uma festa para celebrar a conquista do ano passado. Eles reivindicam tarifa zero.
Durante o trajeto, a presença da Polícia Militar foi pequena. As equipes da Cavalaria e da Força Tática, no entanto, estavam dispostas em ruas próximas ao local do protesto. Houve depredação de pelo menos três agências bancárias e três concessionárias de veículos de luxo. Até as 18h30, não havia sido registrada ação policial. Logo após as 19h, a PM agiu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, dispersando os manifestantes. Parte dos ativistas conseguiu impedir a depredação de outros bancos no caminho da passeata.
Na concessionária da rede Caltabiano, que vende carros da marca Mercedes Benz, a fachada foi toda destruída pela ação de parte dos manifestantes, que utilizou pedaços de madeira e pedras para quebrar os veículos. O material, com restos de uma obra feita no local, que estava em uma caçamba na calçada, foi usado para destruir os carros. O prejuízo é estimado em R$ 2 milhões. Outras duas lojas da mesma rede foram danificadas, mas apenas os vidros da fachada foram quebrados. De acordo com a empresa, o seguro já foi acionado.
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Em coletiva de imprensa realizada na noite de ontem, questionada sobre o distanciamento da PM durante o protesto, a PM se justificou dizendo que apenas atendeu a um pedido dos próprios manifestantes. Segundo a corporação, o MPL mandou um ofício afirmando que a presença ostensiva dos policiais era brutal e pedindo o distanciamento durante a manifestação. A polícia disse ter aceitado o pedido, ainda mais porque o grupo havia mandado todo o trajeto do protesto, e se manteve distante.