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Pivô do crime era só um dos casos de Daleste; conheça as amantes do cantor

Funkeiro frequentava suítes luxuosas de motéis em quartos que cabiam até dez pessoas

São Paulo|Lumi Zúnica, especial para R7

Daleste chegou a dar aliança de ouro branco para uma das amantes
Daleste chegou a dar aliança de ouro branco para uma das amantes Daleste chegou a dar aliança de ouro branco para uma das amantes

Após o assassinato do cantor MC Daleste, em julho de 2013, a Delegacia Seccional de Campinas, no interior de São Paulo, assumiu as investigações chefiadas pelo delegado de polícia Rui Pegolo e a primeira hipótese em destaque foi a de crime passional.

Nos primeiros depoimentos, o produtor que contratou o show do Daleste, Rogério Rodrigues de Oliveira, declarou para a polícia ter ouvido boatos do envolvimento do cantor com uma garota de programa do Jd. Itatinga, em Campinas, bairro marcado pelas casas de prostituição.

A tese ganhou peso com as declarações do DJ André Luis. André, que fazia de quatro a cinco shows por noite e ganhava R$ 200 por apresentação desde outubro de 2012, disse que já tinha acompanhado Daleste em um show numa casa de prostituição em Campinas, onde viu fotografias de uma garota de cabelos pretos e compridos com o cantor.

André afirma que não sabia seu nome, mas voltou a ver a garota em outros shows e, inclusive, ela teria tirado fotos com o funkeiro no camarim.

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Também Anderson, produtor que conhecia o cantor havia mais de quatro anos, disse que no final do ano passado uma fã pediu para tirar foto com o cantor durante um show em Campinas. Notou que “olhava de uma maneira diferente o Daleste”. Anderson voltou a ver a mulher em outra apresentação em fevereiro.

Renata, a “namoradinha do Daleste”

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Renata conheceu o Daleste em um show na casa Chapéu Brasil. Ficaram, trocaram telefones e passaram a se comunicar diariamente. Tornou-se amiga dos integrantes da banda, inclusive do irmão e do cunhado do cantor passando a frequentar todos os shows, indo muitas vezes no carro do Daleste.

O relacionamento se aprofundou. Renata ganhou uma aliança de compromisso feita em ouro branco, que depois perdeu numa viagem para a praia. Daleste frequentava a casa de Renata e conheceu a mãe dela.

Renata também ia de ônibus a São Paulo e encontrava o cantor na estação Tatuapé do Metrô, onde ele a aguardava. Passou a ser conhecida como a “namoradinha do Daleste”.

A intimidade foi ficando exposta e, durante um show em Belo Horizonte, o artista apontou para ela e gritou para a multidão “Essa é minha mulher”.

O casal costumava ir a bares e baladas com os membros da banda e era sempre ele quem pagava a conta. “Carregava muitas pessoas nas costas”, declarou a garota.

Mas nem tudo eram flores. Uma vez Renata deixou seu Facebook aberto e, segundo Anderson, André teria visto uma mensagem recebida pela garota de uma “antiga cunhada”. Ela avisava: “Quando meu irmão sair pode ir atrás você. Você pode ter algum problema. Algo pode acontecer com você”.

Daleste soube, pediu esclarecimentos e ela disse se tratar de uma mentira.

Renata conhecia bem a rotina do cantor, como mostrou no seu depoimento à polícia. Contou detalhes sobre hábitos do funkeiro. Disse que não subia ao palco antes do pagamento do cachê, que o motorista era o cunhado Marcelo e Anderson era quem “dava a cara” para receber o dinheiro — que depois guardava numa blusa de frio — que os contratantes eram tanto empresários honestos quanto bandidos, entre outras informações.

Também disse ter perdido a conta da quantidade de shows em que acompanhou o cantor. Uma vez, foram no carro de luxo Dodge Journey, do Daleste, até o clube do bairro Vila Rica e foram recepcionados por um bandido que organizava o evento. Mas houve um desentendimento em relação ao cachê, que ela resumiu à polícia no seguinte diálogo:

Anderson: “E ai parça, os caras falou que não vão pagar não, que só tem R$ 2 mil”.

Daleste: “Eu não vou cantar, vamo embora, nem vou descer do carro”.

Anderson: “Perae, os caras tão desenrolando”

Após 50 minutos, o bandido foi falar com o cantor.

Bandido: “A gente só tem 2 mil. Tem como você subir lá e anunciar que vai cantar na próxima semana?”

Daleste: “Não tem como”

Bandido: “Olha o tanto de gente que tem aí. Sobe pra pelo menos anunciar que você vai voltar na próxima semana. Eu te dou esses 2 mil”.

Já eram cerca de 3h quando o cantor teria aceitado o dinheiro para evitar uma confusão e cantou as músicas “Louco de Maconha” e “Angra dos Reis”.

Outro diálogo relatado por Renata foi motivado por ciúmes e aconteceu na casa Armorial, em Campinas. Ela notou, durante o show, que uma mulher de cabelos negros tirava fotos com o Daleste e percebeu certa intimidade entre os dois. Enciumada, Renata abordou a garota.

Renata: “Como você se chama? Você conhece os meninos?”

Juliana: “Oi , eu sou a Juliana...eu sou amiga dos meninos...conheço eles dos shows”

Renata: “Você sabe que eu sou a namorada do Daleste?”

Juliana: “Eu sei...você é a namoradinha dele né...ele te deu uma aliança”

Renata: “Você já ficou com ele?”

Juliana: “Eu já fiquei com ele uma vez”... E saiu andando

Juliana, a garota do Itatinga

Juliana trabalhou em casas de prostituição na região de Campinas chegando a morar em algumas delas.

Em 2012, durante um show no Jardim São Fernando, ela e a amiga Kariele conheceram Daleste e Anderson, que passou a intermediar encontros em que Juliana e outras garotas saiam com o Mc e sua equipe.

O primeiro encontro foi na casa de Juliana, no jardim Santa Cruz. Depois ela, Kariele e outra garota de nome Fran foram com Daleste, Anderson, Rodrigo, Marcelo, Gabriel e outros três integrantes até um motel nas proximidades de Itatinga. Fizeram sexo e beberam à vontade, mas não usaram drogas. O Mc sempre pedia a suíte mais cara e pagava as bebidas, relatou a garota. Os motéis mais frequentados pelo grupo, segundo Juliana, eram o Scape e o Euros, onde locavam a suíte presidencial com piscina e espaço para dez pessoas.

Os contatos passaram a ser feitos através de Anderson via rede social e por mensagens de telefone. Juliana foi a alguns shows do cantor e confirmou que esteve na casa Armorial onde foi abordada por Renata, a “namoradinha do Daleste”, quando mantiveram um curto diálogo.

Um mês antes do crime, Anderson marcou outro encontro entre Daleste, sua equipe, Juliana e uma garota menor de idade de nome Naeme. Todos foram a um motel se divertir.

O último encontro aconteceu na quarta-feira anterior ao crime após um show no bar Armorial. A equipe foi até o Jd. Itatinga buscar Juliana e algumas amigas no carro Doblô da produção. Daleste, no Palio do DJ Gabriel, seguia atrás com outras garotas que Juliana acredita vieram de São Paulo. Os rapazes não gostaram de saber que as meninas eram menores de idade e as dispensaram.

Juliana soube, então, que Daleste cantaria na sexta-feira no Chapéu Brasil e no bairro San Martin, mas ela não foi aos shows.

Juliana não informou se foi ao velório ou ao enterro do cantor e deixou claro que nunca teve um relacionamento afetivo com o funkeiro nem recebeu dinheiro dele. Era só diversão.

Renata, a namoradinha, afirmou que não foi ao sepultamento nem ao velório porque tinha consciência da sua condição de amante e não queria encontrar Erica, esposa do Daleste.

Por último, Juliana contou ter ouvido que Renatinha, a “namoradinha do Daleste”, tinha “tomado um pau” no dia do show em que o crime aconteceu. O autor seria um indivíduo de vulgo “Macarrão”, integrante da facção criminosa PCC.

Amanda, possível pivô da morte

Amanda, mineira da cidade de Prata, atualmente com 28 anos, morava em Bebedouro quando se mudou para Campinas e finalmente para Sumaré. Trabalhando como garota de programa, em 2009, conheceu Alex Chervenhak, vulgo “Jota”. O relacionamento durou quase cinco anos.

A partir dali, largou a prostituição, passaram a viver juntos em Sumaré e tiveram um filho em maio de 2013.

Segundo ela, Alex aceitava seu passado ligado à prostituição e tinham uma vida conjugal harmônica sem brigas, agressões nem ameaças.

Ele dizia trabalhar com compra e venda de automóveis, mas Amanda nunca esteve no local de trabalho do marido. Viviam com certo conforto numa casa de aluguel, pela qual Alex pagava R$ 1.700 de locação mensal. Ele não tinha contas bancárias, pagava tudo em dinheiro, segundo a garota.

Também afirmou que não sabia das atividades criminosas do ex marido, até a polícia bater na sua casa com um mandado de busca. Os agentes procuravam drogas e armas, mas nada foi encontrado. Alex não estava em casa esse dia.

A ex-garota de programa da boate “Champagne” nega ter conhecido pessoalmente Mc Daleste e muito menos ter traído o marido com ele ou com qualquer outra pessoa. Já depoimentos prestados por outras testemunhas colocam em dúvida essa afirmação.

No seu depoimento, o ex marido afirma que foi ele mesmo quem apresentou Daleste a Amanda.

A própria irmã do Daleste, Carolina, informou que uma garota de nome Amanda publicou na internet que o cantor teria custeado seu implante de silicone. Não esclarece se a Amanda do implante é Amanda casada com Alex são a mesma pessoa, mas afirma que ela era “promoter” de uma balada onde o Daleste fazia shows.

Além de Amanda, a irmã do cantor afirma que ele também se relacionou com outra garota de nome Paula G.

Outra testemunha declarou que, na noite do crime, Amanda teria ligado para o Daleste tentando avisá-lo que o “Jota” iria matá-lo. Disse que um integrante da equipe atendeu o celular do cantor mas não sabe se a informação chegou até o funkeiro.

Amanda e Alex se separam quatro meses antes do nascimento do filho do casal, em maio de 2013

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