A Polícia Civil não registrou o caso do ator negro, Diogo Cintra, como injúria racial. Segundo a delegada, Gabriela Carvalho Pereira, Cintra não ouviu xingamentos ou agressões dos seguranças. O ator foi agredido após um roubo às 5h da quarta-feira (15) na Praça Fernando Costa, no Terminal Parque Dom Pedro, na região central.
No depoimento, Diogo disse que não foi ofendido verbalmente pelos seguranças, mas que se sentiu vítima de discriminação, porque não foi atendido ao pedir ajuda para se livrar dos assaltantes.
Em nota, a SP Trans afirmou que todos os envolvidos no episódio permanecerão afastados até a conclusão do inquérito policial. "A SPTrans deu início a uma sindicância administrativa para apurar a conduta dos agentes. A empresa também determinou a revisão nos procedimentos internos e no treinamento das equipes que prestam serviços em terminais, para que episódios como esse não voltem a ocorrer."
O caso
O ator saía da região central de São Paulo por volta das 5h e seguia para casa quando foi abordado por dois homens que pediram seu celular e dinheiro.
Ele reagiu e tentou se abrigar no terminal Parque Dom Pedro II, onde pediu a ajuda de uma segurança. Ela sugeriu que ele pedisse ajuda a seguranças homens, também do terminal.
Nesse momento, porém, os mesmos criminosos que haviam tentado roubá-lo chegaram ao local com um grupo maior de pessoas. Eles o acusaram de ser ladrão e ter roubado o celular de um deles. Diogo afirma que tentou convencer os funcionários de que era o dono do aparelho, mas foi forçado a ficar em silêncio.
"Assumindo logo de cara que eu era o culpado, me entregaram pros caras, que me arrastaram para fora da estação, e lá do lado de fora eu fui espancado por eles. O segurança chegou a perguntar o que eles iam fazer comigo, e disseram que iam me levar pro 'rio'", relatou Diogo em um post no Facebook.