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Polícia recaptura 51 dos 55 fugitivos de hospital psiquiátrico em Franco da Rocha

Governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que fuga de detentos foi "questão pontual"

São Paulo|

Preso capturado após fuga do Hospital de Custódia e Tratamento de Franco da Rocha, na Grande SP
Preso capturado após fuga do Hospital de Custódia e Tratamento de Franco da Rocha, na Grande SP Preso capturado após fuga do Hospital de Custódia e Tratamento de Franco da Rocha, na Grande SP

A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) de São Paulo informou nesta terça-feira (18), que 51 dos 55 fugitivos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, foram recapturados. A Polícia Militar segue com o trabalho de buscas.

Os presos do antigo Manicômio Judiciário se rebelaram na tarde de segunda-feira (17), atearam fogo a cinco pavilhões e deixaram o local usando a tática conhecida como "cavalo doido", ao transpor em massa a porta do presídio. A maioria dos detentos rumou em direção à mata vizinha à unidade prisional — poucos escaparam em direção à cidade.

Essa foi a maior rebelião e a maior fuga da história do manicômio, inaugurado em 1933, informou Lourival Gomes, secretário da SAP.

— Isso aconteceu depois que a direção descobriu um esquema de cinco presos que estavam extorquindo dinheiro da família dos outros detentos.

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De acordo com ele, a direção da unidade ia transferir os detentos, mas estes se adiantaram e mobilizaram os demais presos depois de uma discussão com o diretor Luiz Henrique Negrão. De acordo com Daniel Grandolfo, presidente do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo), Negrão deixou o presídio após a discussão. Os presos aproveitaram sua ausência para iniciar a rebelião.

— Quando o diretor saiu, os presos ficaram agitados e se recusaram a voltar para a tranca (suas celas). E aí foi quando começou toda a rebelião.

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Os amotinados dominaram parte dos funcionários e se dirigiram à cerca em torno do hospital. Agentes do presídio chamaram a Polícia Militar e o GIR (Grupo de Intervenção Rápida), da secretaria, afirmou o secretário Lourival.

— O GIR dominou a rebelião com o apoio da PM.

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A polícia enviou ainda a Franco da Rocha os homens do COE (Comando de Operações Especiais) e dois helicópteros para tentar localizar os fugitivos — o COE é especializado em operações na selva — O hospital de custódia é cercado pelo Parque Estadual do Juqueri. No começo, a PM chegou a trabalhar com a informação de que 250 a 300 presos haviam escapado.

De acordo com o presidente do sindicato, o perfil dos fugitivos é "complicadíssimo".

— Ali é casa de custódia, são muitos presos psicopatas, insanos. Outros presos vão fugir para se esconder, esse tipo de preso, não. Eles saem para barbarizar.

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'Questão pontual'

O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), classificou como uma "questão pontual, local" a rebelião e a fuga de 55 detentos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha. Ele negou ligação da ocorrência com as brigas entre facções em unidades prisionais de Roraima e Rondônia nesta semana, que deixaram 18 mortos.

Ao apresentar na manhã desta terça-feira, resultados do sistema Detecta, software da SSP (Secretaria da Segurança Pública), Alckmin comentou a fuga.

— Não há certamente nenhuma relação com o que ocorreu nos presídios do Norte e Nordeste. Foi uma questão pontual, local (em Franco da Rocha), que está sendo investigada, mas tudo indica que presos tomaram conhecimento que cinco líderes seriam transferidos e aí causaram a rebelião.

O governador confirmou a versão apresentada pelo secretário da SAP, Lourival Gomes, afirmando que líderes na unidade estariam extorquindo dinheiro de familiares de outros presos.

— Eles praticamente nem conseguiram deixar a região. E a maioria é de pessoas com dificuldades, são pessoas doentes.

O secretário da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, reforçou que os casos no Norte não têm ligação com São Paulo.

— Não temos nenhum tipo de preocupação com o que está acontecendo fora do Estado. Não temos notícia de nenhum tipo de problema dentro dos nossos presídios. O que aconteceu foi um episódio isolado, como o governador acabou de falar.

Barbosa Filho informou que o policiamento permanece reforçado na região de Franco da Rocha em busca dos outros cinco que permanecem foragidos. Ele negou que a Polícia Militar ou o Corpo de Bombeiros tenham demorado a agir no caso. O incêndio iniciado pelos detentos destruiu pavilhões da unidade.

— Os bombeiros chegaram muito rápido, mas havia dificuldade de ingressar em razão do tumulto lá dentro.

Jardinópolis

A ocorrência em Franco da Rocha foi a segunda fuga em massa no Estado no último mês. Em 29 de setembro, 470 presos do regime semiaberto haviam fugido do Centro de Progressão Penitenciária de Jardinópolis, no interior do Estado.

Nos dois dias seguintes, a Polícia Militar conseguiu recapturar 338, que regrediram para o regime fechado e serão alvos de sindicância. A unidade tinha 1.861 presos — a capacidade é de 1.080 presidiários.

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