Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Prefeitura corta R$ 800 mil da Parada Gay deste ano

Estrutura do evento, que acontece no dia 7 de junho, não deve ser alterada

São Paulo|Vanessa Beltrão, do R7

Parada gay do ano de 2014 em SP
Parada gay do ano de 2014 em SP Parada gay do ano de 2014 em SP

Em ano de crise, a parada do orgulho LGBT de São Paulo, considerada uma das maiores do mundo, também sofre. De um financiamento previsto em R$ 2,1 milhões para o evento neste ano, a prefeitura vai pagar apenas R$ 1,3 milhão, corte de R$ 800 mil. A parada acontece no próximo dia 7 de junho na avenida Paulista.

A informação foi repassada pelo coordenador de política LGBT da Prefeitura de São Paulo, Alessandro Melchior, durante coletiva de imprensa tensa e na qual ficou claro a relação desgastada entre o poder público e a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo).

— O valor do Orçamento da Prefeitura de São Paulo foi atualizado e, por consequência, todas as áreas sofreram cortes orçamentários e isso impacta na política LGBT. A nossa previsão orçamentária para 2015 das políticas LGBT do município era de R$ 8 milhões. O que a Câmara Municipal aprovou foi R$ 3,4 milhões, menos da metade.

Com um aporte menor, Melchior afirma que foi preciso fazer escolhas nos eventos. Uma delas foi retirar, neste ano, o camarote do desfile que abriga cerca de 800 pessoas, incluindo as autoridades.

Publicidade

A tradicional Feira Cultural LGBT, que reúne um público de 100 mil pessoas, também sofreu cortes. O evento será realizado no dia 4 de junho no Vale do Anhangabaú das 10h às 22h, mas não terá aporte da Prefeitura de São Paulo. A organização teve que recorrer ao Governo do Estado.

Sem dar muitos detalhes, a coordenadora de política para diversidade sexual do governo, Heloisa Alves, apenas informou que o Estado irá apoiar, mas não informou o tamanho do aporte.

Publicidade

— O Estado, no que ele está podendo apoiar, principalmente com relação a feira, a gente está tentando.

A prefeitura garante que a redução não irá afetar o número de trios ou a segurança do evento.

Publicidade

— O público não perde em absolutamente nada porque a parada continua com a mesma estrutura.

Já a associação critica a postura da prefeitura e diz que faltou organização por parte do órgão. O diretor-sócio fundador da APOGLBT Nelson Matias afirma que, a 20 dias do evento, não foram realizados encontros para discutir a infraestrutura no dia da parada.

— Vieram em março avisar que não iriam apoiar a feira porque não tem recurso. Fomos atrás do Governo do Estado que deve apoiar, mas foi em cima da hora e não pode fazer licitação. Somente dia 30 de abril autorizaram a realização na avenida Paulista. O evento é dia 7 de junho e está no calendário da cidade de São Paulo.

Para colocar mais lenha nesta caminhada que parece estar com as pernas bambas, Nelson diz que a prefeitura não vai investir na feira cultural, mas dias depois apoiará o Festival Juventude LGBT.

— Para a nossa surpresa, fomos pesquisar e a prefeitura está chamando o evento uma semana depois que tem a mesma estrutura de feira.

Melchior rebate as críticas de que a prefeitura estaria gastando o dinheiro em outra iniciativa de tamanho e custos iguais.

— Foi uma demanda que a gente recebeu de coletivos de jovens LGBT que nos solicitaram apoio para esta atividade. É uma estrutura igual a do show da caminhada lésbica, que é um palco de pequeno porte, duas tendas. O festival de juventude LGBT que a gente está apoiando não tem nenhuma semelhança com a feira. É uma estrutura bem menor.

Show de encerramento

O show de encerramento, que começa no início da noite e segue até as 21h, deve ser realizado no Vale do Anhangabaú e não mais na República. Isso porque o local daria mais acessos a estações de metrô e facilitaria a montagem de um esquema de segurança. A avenida Paulista tem que ser liberada às 18h.

O efetivo policial no ano passado superou os 2.400 agentes. Em 2015, a parada concorre com outras atividades de peso, como um jogo do Palmeiras, o que pode impactar no número de profissionais. O esquema de segurança ainda não foi divulgado.

Dentre as atrações, estão previstos os shows de Valesca Popozuda, Wanessa Camargo e Aline Rosa. A 19° Parada do Orgulho LGBT vai defender o respeito. O lema deste ano é: "eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim: respeitem-me".

Leia mais notícias sobre São Paulo

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.