Prefeitura paga R$ 50 por sacola e funcionário revendia por valor 10 vezes maior
Reprodução / Record TVUm funcionário público foi preso em flagrante na Vila Guilherme, na zona norte de São Paulo, nesta quarta-feira (15), suspeito de desviar sacos ultra resistentes usados para envolver os corpos de mortos por covid-19. Segundo a polícia, ele revendia o produto, que está em falta no mercado, por um valor bem acima do normal.
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Imagens mostram uma fila de caixões, que vai além das câmaras de refrigeração. Os corredores estão cheios na área restrita do crematório de Vila Alpina, na zona leste de São Paulo. Boa parte, vítimas da covid-19.
Em uma das geladeiras, o caixão está embalado com plástico comum e, em um canto da sala, há um caixão com o corpo de uma vítima confirmada da doença e, ao lado uma poça, o que indica vazamento de líquido. Um risco altíssimo de contaminação no ambiente.
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A partir da incidência de casos, a Polícia Civil investigou o motivo de alguns corpos estarem saindo do Instituto Médico Legal de São Paulo sem a proteção plástica específica para evitar riscos de contaminação. Foi assim que os policiais chegaram até um motorista do Serviço Funerário de São Paulo.
O funcionário público foi preso em flagrante pela equipe da Divisão de Crimes contra a Fazenda, quando guardava no carro particular cinco sacolas plásticas ultra resistentes.
Os sacos são específicos para envolver corpos de vítimas confirmadas do novo coronavírus e têm capacidade de evitar a disseminação do vírus durante transporte, enterro e em caso de necessidade de exumação.
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O material passou a ser usado há cerca de 15 dias pela prefeitura e se tornou escasso no mercado. Indústrias nacionais estão com falta de matéria prima para produção.
A prefeitura de São Paulo paga cerca de R$ 50 por unidade. De acordo com a investigação, o funcionário revendia as sacolas por valores dez vezes maior.
Em depoimento, o homem não revelou a destinação que dava ao produto. Ele foi preso por peculato. A ocorrência foi apresentada na 1ª Delegacia De Crimes Fazendários do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania.