Segundo diretores da Apeoesp (Sindicato dos Professores), entre 8 e 10 mil docentes participaram da assembleia
Divulgação Apeoesp
Os professores da rede estadual de São Paulo votaram greve por tempo indeterminado nesta sexta-feira (13). A decisão foi aprovada na assembleia realizada pela categoria embaixo do vão do MASP (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, horas antes do início da manifestação pró-Dilma e pró-Petrobras convocada pelas centrais sindicais. Parte dos professores se uniu ao ato que reuniu mais de 10 mil pessoas na região central da capital paulista.
Segundo diretores da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo), entre 8 e 10 mil professores participaram da assembleia. A Polícia Militar contou 4 mil participantes até as 16h.
A categoria reivindica 75% de aumento salarial como necessário para a equiparação salarial com os profissionais de ensino superior completo (como determina o Plano Nacional de Educação).
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Além disso, exigem a aplicação da jornada do piso, a reabertura de classes fechadas, o imediato desmembramento das salas superlotadas, uma nova forma de contratação de professores temporários e água em todas as escolas para todos.
Para o deputado Carlos Gianazzi (PSOL), que acompanhou a assembleia, a aprovação da greve aconteceu porque há uma revolta generalizada por parte dos professores.
— Acho que o estopim foi a aprovação do decreto do governo estadual de número 61.132 há cerca de 15 dias. Esse decreto proíbe todas as secretarias a fazer aumentos de salários. Isso estimulou, com certeza, essa mobilização dos professores.
Ducineia Costa, 65 anos, dá aulas em escolas estaduais de ensino fundamental desde 1970 e votou a favor da greve, porque acha que o "o salário dos professores é baixíssimo há muito tempo".
— Além disso, tem a situação dos professores de categoria O, que têm condições horríveis de trabalho. E os aposentados não têm mais plano de saúde.
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Por meio de nota que, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo diz que, apesar de considerar legítimo o direito à manifestação, é preciso que todos os estudantes da rede estadual compareçam normalmente às escolas na segunda-feira (16).
"A Pasta acredita que a decisão de um dos sindicatos de professores, a Apeoesp, não representa os mais de 230 mil professores da rede, que devem comparecer às aulas, de maneira costumeira. A Secretaria informou ainda sobre a existência de um plano de carreira que estabeleceu aumento acumulativo de 45% em quatro anos e alçou o piso salarial paulista a patamar 26% maior do que o nacional. Os profissionais da Educação ainda podem conquistar o reajuste salarial anual de 10,5% por meio da valorização pelo mérito, segundo informou a secretaria".
Defasagens
Na nota de convocação para a assembleia desta sexta-feira, o sindicato afirma que, neste ano, o governo estadual fechou 2.704 classes em suas escolas, de acordo com levantamento parcial da entidade.
O texto diz também que o governo cortou verbas, deixou escolas sem materiais básicos, e não contornou a falta de água em algumas escolas.
Em nota divulgada ontem (13), a entidade diz que, uma vez votada a greve, "agora falta dialogar nas escolas para obter adesão de todos ". Uma nova assembleia está marcada para o próximo dia 20 no vão do Masp às 14h.