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Proposta de deputada de SP proíbe homenagens a escravocratas 

Projeto tem objetivo de estabelecer uma política pública de combate ao racismo e reconhecimento da memória da população negra no estado

São Paulo|Mariana Morello*, do R7

Proposta da deputada Erica Malunguinho (PSOL) foi protocolada no sábado (20)
Proposta da deputada Erica Malunguinho (PSOL) foi protocolada no sábado (20) Proposta da deputada Erica Malunguinho (PSOL) foi protocolada no sábado (20)

A deputada Erica Malunguinho (PSOL) protocolou, no sábado (20), um projeto de lei que proibe, em todo o estado de São Paulo, homenagens a escravocratas e a eventos históricos ligados ao exercício da prática escravista no Brasil.

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A iniciativa vem em diálogo com as manifestações antirracistas que estão se espalhando pelo mundo, e outras ações de âmbito nacional catalisadas pela morte do norte-americano George Floyd, assassinado por um policial branco durante uma abordagem. 

O projeto tem como objetivo estabelecer uma política pública de combate ao racismo no que diz respeito ao reconhecimento da memória da população negra.

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Uma vez em vigor, ficam proibidas a denominação de vias e logradouros públicos, de prédios, rodovias e locais públicos estaduais com nomes de figuras escravocratas. Além disso, também fica proibido a edificação e instalação de bustos, estátuas e monumentos dessas figuras.

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Pelo projeto, os equipamentos públicos e rodovias estaduais que homenageiam escravocratas ou eventos históricos ligados ao exercício da prática escravista deverão ser renomeados no prazo máximo de 12 meses, a contar da data de publicação da lei.

Os equipamentos públicos somente serão renomeados após parecer de uma comissão de avaliação, que será composta por especialistas que atuam com a temática racial e patrimônio público.

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Os monumentos públicos, estátuas e bustos que já prestam homenagem a escravocratas, ou a eventos históricos ligados ao exercício da escravidão, também devem ser avaliados por uma comissão e, se for o caso, retirados e armazenados em museus estaduais para fins de preservação do patrimônio histórico.

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No período da escravidão, o país recebeu cerca de 46% de todo o contingente de africanos escravizados e, hoje, é o que possui a maior concentração de negros no continente americano. População esta que, ainda, não se vê representada na História oficial.

"Há tempos o movimento negro brasileiro sinaliza a necessidade de mudanças nas formas de narrar a História do Brasil. Os monumentos, por exemplo, são materiais da memória coletiva, de forma que eles são utilizados para documentar o passado das sociedades e povos. A História oficial do Estado brasileiro ainda reproduz narrativas que excluem as experiências das populações negras e indígenas. Esta manifestação do racismo estrutural cria barreiras para a efetivação plena da democracia", diz a deputada Erica Malunguinho.

Na região central da cidade de São Paulo, por exemplo, hoje são encontrados apenas três edificações que fazem referência à presença negra: a Herma de Luiz Gama, no Largo do Arouche; a estátua de Zumbi, na Praça Antonio Prado; e a estátua da Mãe Preta, no Largo do Paissandu.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Ingrid Alfaya

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