Cerca de 5.000 integrantes do movimento protestaram em frente à sede da Sabesp
Reginaldo Castro/ Estadão ConteúdoCerca de 5.000 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) fizeram um protesto em frente à sede da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em Pinheiros, zona oeste da capital, contra a falta de água em bairros da periferia. Por volta das 19h20 dests quinta-feira (25), o grupo deixou o prédio e fechou todas as pistas da Marginal do Pinheiros no sentido Lapa.
Outras questões, como falta de moradia e truculência da polícia em reintegrações de posse, foram incluídas na pauta do ato desta quinta-feira. 800 policiais e 150 veículos da PM acompanham o ato, que permaneceu pacífico. Às 20h, os manifestantes chegaram na Pedroso de Moraes, fechando a via no sentido Largo da Batata.
O ato começou às 16h45 no Largo da Batata. Os manifestantes chegaram a bloquear a avenida Faria Lima no caminho para a Sabesp. As ruas Costa Carvalho e Sumidouro também foram interditadas. Em frente ao prédio, fizeram uma dança pedindo chuva. A Polícia Militar circundava o prédio da Sabesp. Uma comissão do MTST entrou para entregar uma lista de reivindicações à companhia.
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A comissão de representantes do MTST saiu do prédio da Sabesp às 19h. Josué Rocha, um dos coordenadores do movimento, afirmou que "um canal de diálogo permanente" foi criado entre as partes e que novas reuniões foram marcadas para a próxima semana.
— Entregamos a pauta de reivindicação para mostrar que está faltando água principalmente nas regiões sul, oeste e leste. Está dado o problema, a gente sabe que o racionamento já existe e vai continuar existindo.
A doméstica Ivonete Lopes, de 39 anos, mora no Jardim Ângela, zona sul, e afirma sofrer com a falta de água há cerca de cinco meses. Ela diz participar do movimento há dez meses.
— Falta durante o dia e muitas vezes à noite também. Ficamos em alguns momentos quatro dias sem água.
Palavra do Governador
Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quinta-feira que "não faz nenhum sentido" uma invasão dos integrantes do Movimento à sede da empresa. Para o governador, a Sabesp está "suando a camisa" para garantir o abastecimento de água à população da Região Metropolitana.
— Espero que não haja (a invasão). Não tem nenhum sentido. A Sabesp é uma empresa que está suando a camisa para enfrentar uma seca que é duríssima.