Movimentação de pacientes em frente à Santa Casa nesta quarta
Gero/ Fotoarena/ Estadão ConteúdoA Santa Casa de Misericórdia de São Paulo decidiu retomar os atendimentos de urgência e emergência nesta quinta-feira (24). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do hospital. A instituição paralisou os atendimentos na tarde desta terça-feira (22), alegando problemas financeiros.
O provedor da instituição, Kalil Rocha Abdalla, disse ter aceitado a oferta do governo do Estado, que anunciou pela manhã repasse emergencial de R$ 3 milhões para a entidade.
— Nós pedimos R$ 50 milhões, que é o valor da dívida com os fornecedores, mas já vamos reabrir o PS com esses R$ 3 milhões. A reabertura vai ocorrer assim que o dinheiro cair na nossa conta, provavelmente amanhã.
Abdalla irá se encontrar com o secretário-adjunto da Saúde, Wilson Polara, no início da noite desta quarta para discutir a situação.
— Eles se comprometeram a repassar de forma escalonada mais verba além dos R$ 3 milhões.
De acordo com Abdalla, o valor oferecido de imediato será suficiente para manter o pronto-socorro aberto por um período de uma semana a 10 dias.
O provedor não informou se irá permitir a realização de uma auditoria nas contas da entidade, conforme exigido pelo governo do Estado como condição para mais repasses. A proposta da Secretaria Estadual da Saúde é que as finanças da Santa Casa sejam avaliadas por representantes dos governos estadual, federal e municipal.
Fechamento
Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a instituição disse que fechou o pronto-socorro por "falta de recursos para a aquisição de materiais e medicamentos". De acordo com o hospital, além das pessoas que procuram por atendimento de urgência e emergência, alguns pacientes que se tratam na instituição e outros com algumas cirurgias marcadas também foram prejudicados.
A Santa Casa atende todos os dias entre 8.000 e 10.000 pessoas. Com a suspensão do serviço, 6.000 pacientes deixaram de ser atendidos no dia. Só no pronto-socorro, 1.500 pessoas são atendidas diariamente. Até a noite de terça-feira, 700 pacientes estavam internados e os 200 que estavam no pronto-socorro continuaram sendo atendidos.
O hospital deve mais de R$ 50 milhões aos fornecedores. Abdalla afirmou que faltam itens básicos como seringas e luvas para atendimentos e espera ajuda das autoridades.
A Secretaria Estadual de Saúde disse que repassou, só este ano, R$ 168 milhões em recursos para a Santa Casa. Segundo o Ministério da Saúde, o fechamento do hospital não foi comunicado previamente. Em nota, pasta disse que os pagamentos foram reajustados e estão em dia. A União falou ainda que pretende participar da solução do problema.