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São Paulo deverá ter mais chuvas e mais calor nas próximas décadas, diz UCCRN

São Paulo|

A cidade de São Paulo deverá ter mais chuvas e mais calor nas próximas décadas, segundo projeção feita pela Rede de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Urbanas (UCCRN, na sigla em inglês), entidade fundada em 2007 que reúne cerca de 600 cientistas de 150 cidades em todo o mundo. Os dados constam do 2º Relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas nas Cidades, a ser divulgado na íntegra pela entidade na 21ª Conferência das Partes (COP-21), a partir de 30 de novembro, em Paris, e foram antecipados nesta terça, 13, no Rio, no lançamento de seu núcleo para a América Latina.

A projeção indica que a temperatura média na capital paulista aumentará de 0,8ºC a 1,1ºC durante a década de 2020. Na década de 2050, o aumento será de 1,5ºC a 2,3ºC. Na de 2080, crescerá de 2ºC a 3,9ºC. A chuva poderá até diminuir, mas a probabilidade de aumentar é muito maior: na década de 2020 o volume de chuvas em São Paulo poderá variar de menos 1% a mais 4%. Na década de 2050, a variação será de menos 1% a mais 9%. Nos anos 2080, de menos 2% a mais 13%.

No Rio de Janeiro, a temperatura e o nível do mar aumentarão - nos anos 2020, o nível do mar crescerá ao menos 7 cm e no máximo 14 cm; na década de 2050, o aumento será de 21 cm a 41 cm; nos anos 2080, de 37 cm a 82 cm. A temperatura na capital fluminense deverá aumentar de 0,8ºC a 1ºC nos anos 2020; de 1,4ºC a 2,1ºC na década de 2050; e de 1,8ºC a 3,4ºC nos anos 2080. Mais três cidades brasileiras (Curitiba, Cubatão-SP e Nova Friburgo-RJ) e várias em países vizinhos também tiveram projeções climáticas divulgadas. Os dados ainda serão revisados antes da apresentação oficial, no fim de novembro.

A sede do núcleo para a América Latina da UCCRN funcionará no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), na zona norte. Nos estudos, a UCCRN usa o conhecimento científico para prever mudanças climáticas e orientar ações de combate aos efeitos que elas provocarão, como problemas de abastecimento de água, inundações costeiras e formação de ilhas de calor.

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"Fazemos as projeções (climáticas) a partir da previsão do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e colocamos as cidades no mapa. Em todas as cem cidades observadas, as temperaturas vão subir de 1ºC a 4ºC e a precipitação pode variar muito, com aumento de até 25% ou redução de até 20%, dependendo da cidade", disse a pesquisadora norte-americana Cynthia Rosenzweig, uma das diretoras globais da UCCRN, responsável pela antecipação dos dados. Ela chefia o Grupo de Impactos do Clima do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa (agência espacial dos EUA) e é pesquisadora do Earth Institute na Universidade de Columbia, além de integrar o conselho de mudanças climáticas de Nova York.

A partir das projeções, o núcleo pretende orientar o poder público sobre mudanças que poderão melhorar a vida das pessoas. "Queremos contribuir para a qualidade de vida nas cidades, estimulando ações de mitigação e de adaptação para enfrentar as mudanças climáticas", afirmou Martha Barata, pesquisadora do IOC e coordenadora do núcleo recém-criado. "Mesmo que as emissões de carbono sejam interrompidas, ainda vamos sofrer consequências do aquecimento global. Não podemos, por exemplo, continuar erguendo residências e fábricas em áreas que correm grande risco de sofrer com enchentes no futuro.

Incorporar a mudança do clima no planejamento das cidades contribui para a redução de perdas econômicas, sociais e ambientais nas cidades e, consequentemente, na saúde da população", disse a pesquisadora. Para reduzir o impacto do aumento das temperaturas, por exemplo, poderão ser recomendadas medidas como a criação de telhados brancos e a arborização de prédios.

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