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Servidores anunciam greve contra reforma da previdência em SP

Segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), o plano começa a reduzir o déficit, mas não o elimina: "ele continuará a crescer numa proporção menor"

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Prefeito Bruno Covas assina lei da reforma da previdência municipal
Prefeito Bruno Covas assina lei da reforma da previdência municipal Prefeito Bruno Covas assina lei da reforma da previdência municipal

Após o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, ter sancionado a lei da reforma da previdência municipal na quinta-feira (27), servidores municipais decidiram agendar uma paralisação para o dia 4 de fevereiro contra o aumento da contribuição que, com a aprovação da proposta, passa de 11% para 14%. 

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo, Sérgio Antiqueira, a data da greve foi escolhida por coincidir com o início das aulas na rede municipal. "Diversos servidores interromperão seus serviços como professores, assistentes sociais, profissionais dos CEUS, de esportes, bibliotecas, servidores do serviço funerário e profissionais de hospitais que não trabalham nas emergências e da vigilância sanitária", diz. 

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De acordo com a Prefeitura, a lei que prevê a reforma da previdência municipal pretende reduzir o déficit e liberar recursos para investimentos em áreas prioritárias como educação, saúde, zeladoria, transporte e habitação. A administração municipal acredita que, além de reequilibrar as contas e recuperar a capacidade de investimento do município, a lei garantiria que os direitos de 121 mil servidores ativos e 67 mil inativos. 

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Muitos servidores, porém, não estão satisfeitos com a mudança. "A pior parte é o desconto de 11% para 14%. Isso significa um desconto de 11 dias de trabalho por ano. Existem outras alternativas para ampliar a receita", afirmou Antiqueira. "Queremos forçar o governo a negociar."

"Hoje, 11% do orçamento da cidade é usado para pagar cerca de 100 mil aposentados e pensionistas, que correspondem a 1% da população", afirmou o prefeito durante o sancionamento da legislação. "Com a aprovação deste projeto, vamos começar a conter o avanço do déficit, que não acaba. Ele continua a crescer, mas numa proporção menor. Sem a reforma, daqui a dois, três anos, teríamos problema para pagar os salários”, disse. 

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A Lei da Previdência Municipal também institui o regime de previdência complementar e fixa o limite máximo para a concessão de aposentadorias e pensões. A legislação autoriza ainda a criação de entidade fechada de previdência complementar, o Sampaprev.

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Segundo a Prefeitura, a receita do município em 2017 foi de R$ 47,5 bilhões. No mesmo período, os números da administração municipal apontam que R$ 1,3 bilhão é referente a contribuição dos servidores, R$ 2 bilhões se referem a contribuição da prefeitura e R$ 4,7 bilhões é o déficit previdenciário. Com isso, o gasto total com a previdência seria de R$ 8 bilhões.

A proposta de mudança de previdência social do município não altera a idade mínima de aposentadoria ou o tempo de contribuição dos servidores.

Aprovação e manifestações

A segunda votação da reforma da previdência municipal, que ocorreu na quarta-feira (26), na Câmara Municipal de São Paulo foi marcada por confrontos entre servidores públicos insatisfeitos com a proposta e guardas da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Antiqueira afirma ter participado da manifestação. 

A proposta foi aprovada com 33 votos favoráveis e 17 votos contrários. A sessão plenária se encerrou às 15h20. "Foi truculenta a reação da prefeitura às manifestações. Fizemos uma resistência pacífica, mas vi várias pessoas feridas", diz.

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