O "rolezão" organizados pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) junto com o Movimento Periferia Ativa e a Resistência Urbana, que estava previsto para acontecer na tarde desta quinta-feira (16) nos shoppings Jardim Sul e Campo Limpo, ambos na zona sul de São Paulo, foi frustrado após o fechamento dos estabelecimentos. De acordo com a assessoria de imprensa dos centros comerciais, os shoppings fecharam as portas por volta das 17h30.
Em nota, o shopping Campo Limpo informou que fechou às 17h e explicou que "o empreendimento obteve uma liminar, que foi concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a fim de manter a segurança de clientes, lojistas e funcionários". O estabelecimento foi um dos shoppings que já havia conseguido liminar para barrar os rolezinhos de adolescentes. A estimativa da Polícia Militar é de que 200 pessoas se concentraram no metrô Campo Limpo e seguiram para o shopping.
Já o Jardim Sul, também em nota, declarou que "foi necessário interromper as atividades do centro de compras antecipadamente. A medida adotada pelo empreendimento fez parte do plano de ações para garantir a integridade e segurança de seus clientes, lojistas e colaboradores". O shopping não deixou claro, no entanto, se o fechamento está amparado por uma decisão judicial.
Por volta das 18h30, os manifestantes circulavam nos arredores do shopping. Alguns vestiam camisetas do MTST e carregavam bandeiras. Outros usavam apitos para chamar a atenção.
Leia mais notícias de São Paulo
Violência contra rolezinho será apurada, diz Alckmin
O grupo entoava palavras de ordem, como: "Pisa ligeiro, pisa ligeiro. Quem não pode com a formiga, não pode com o formigueiro", "E daí, o povo dos sem-teto vai entrar no shopping, sim" e "E daí, eu quero mais respeito. A luta dos sem-teto agora é contra o preconceito".
Concentrados na frente da entrada principal do centro comercial, que está fechada e com seguranças na frente da porta, Jussara Basso, uma das coordenadoras do MTST, leu um texto, o "Manifesto contra o racismo, o preconceito e a discriminação e em defesa da população pobre e negra da periferia".
Segundo o texto, o grupo manifesta "contra a discriminação e a violência despendida por este e por outros shoppings de São Paulo aos jovens pobres e negros da periferia de São Paulo". O grupo afirma que o Brasil vive um "verdadeiro apartheid social onde uns poucos tem acesso a todos os bens de consumo, enquanto a grande maioria mal consegue satisfazer suas necessidades básicas".
Quem assina o manifesto é o MSTS, movimento Periferia Ativa-Comunidades em Luta e Resistência Urbana-Frente Nacional de Lutas.