Sindicatos prometem paralisação de trens e metrô na próxima semana
Eduardo Enomoto/R7Mais de 7,5 milhões de usuários devem ser afetados pela greve do metrô e dos trens da CPTM prevista para a 0h da próxima quarta-feira (27). A interrupção dos serviços por tempo indeterminado acontece quase um ano depois de uma paralisação tensa dos metroviários que gerou confronto e demissões.
Apesar de anunciada nesta terça (20), o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região já determinou que, se houver paralisação, 100% das linhas devem operar das 6h às 9h e das 16h às 19h, os chamados horários de pico. A frota deve ser de 70% nos demais períodos, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. A decisão é do desembargador Mauro Vignotto em resposta a uma ação cautelar do Metrô de São Paulo.
Para o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo, isso é a mesma coisa que proibir uma greve.
— Estão proibindo de fazer greve e isso não dá.
Melo ainda afirma que a empresa não está mais negociando.
— O décimo terceiro do vale-alimentação recebemos em 2013 e 2014 e hoje a empresa quer cortar. Há mais de 20 anos, antecipam metade do 13° em janeiro e agora quer passar para junho. Esses e outros itens que a empresa não quer negociar e levou a gente a uma situação mais extrema que é a greve.
O Metrô de São Paulo oferece um reajuste de 7,21%, mas a categoria rejeita.
— É pouco. O balanço mostra que tem lucratividade. A inflação que eles escolheram é o IPC-Fipe, o menor índice. Está muito insatisfatória essa proposta.
Metrô recontrata dois funcionários após greve de SP
De acordo com Melo, os metroviários querem uma oferta de reajuste acima de 10%. Os ferroviários também estão insatisfeitos com a negociação e também aprovaram a greve por tempo indeterminado a partir da 0h do próximo dia 27.
Os ferroviários querem um reajuste de 7,89%, a CPTM oferece 6,65%. Além disso, eles querem vale-refeição de R$ 840, vale-alimentação de R$ 400 e renovação de programa de participação nos resultados.
As duas categorias realizam assembleias na próxima terça-feira (26) para finalizar os detalhes da paralisação. Eles afirmam que a única forma de evitar a greve seria uma proposta mais afinada com os anseios das categorias. A Justiça do Trabalho ainda não se pronunciou sobre a quantidade de trens que devem operar na semana que vem.
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos lamentou a decisão e afirmou que apenas está se pronunciando sobre o caso por meio de nota.
“A Secretaria dos Transportes Metropolitanos lamenta a decisão arbitrária do Sindicato dos Metroviários e de três dos quatro sindicatos que representam os empregados da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que decidiram pela greve, em assembleias realizadas na noite desta quarta-feira (20/05)... As empresas ofereceram reajuste baseados no IPC-Fipe, de acordo com a data-base de cada categoria”, diz a nota.